Cidade da Praia, 03 Set (Inforpress) – O Governo reafirmou hoje a sua confiança no futuro da Rádiotelevisão Cabo-verdiana (RTC) e destacou a importância de garantir estabilidade e tranquilidade à instituição para que os profissionais possam desempenhar o seu trabalho em benefício dos cidadãos.
Em resposta aos jornalistas à margem da conferência regional sobre integridade da informação na África Ocidental e no Sahel, Lourenço Lopes declarou que os desentendimentos e incompreensões “são naturais” em qualquer organização.
Segundo o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, o Estado tem demonstrado “clara confiança” na instituição ao assinar, há poucos dias, um contrato de concessão para os próximos 15 anos.
“Ninguém assina um contrato para 15 anos se não confia nessa instituição. Nós confiamos no futuro da RTC”, afirmou, salientando a necessidade de “sossego e estabilidade” para que a institutição se fortaleça e os profissionais continuem a desempenhar a sua função.
O Governo reforçou que embora haja diferentes opiniões entre os profissionais, o conselho de administração e as direções da rádio e da televisão públicas gozam de autonomia para agir segundo as suas visões.
“Portanto, é neste jogo, é preciso garantir os vasos comunicantes para que, no final, quem possa ganhar é a própria instituição, que é a RTC, que é o maior órgão de comunicação social de Cabo Verde”, frisou..
“Nós temos uma grande responsabilidade social a nível da Rádio e Televisão Cabo Verdiana”, advertiu, sublinhando que o órgão desempenha “um papel essencial” na informação e formação da sociedade.
Recentemente, a Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC) considerou ilegal a interferência do conselho de administração da RTC na esfera editorial da TCV ao assumir obrigações previstas num contrato de emissão com a Agência Cabo-verdiana de Imagem (ACI) de um programa televisivo de natureza híbrida.
A ARC fez estas considerações na deliberação que aprova o parecer solicitado pela direção da Televisão de Cabo Verde (TCV) “sobre eventual interferência indevida” do conselho de administração da RTC na esfera editorial da estação televisiva.
No parecer, a direcção da TCV afirmou que o contrato foi assinado sem o conhecimento, envolvimento ou validação da direção editorial da estação, nem do administrador com tutela da área de conteúdos e com um impacto editorial direto na grelha da referida estação televisiva.
Na mesma nota, adiantou, a direcção do referido órgão expõe que o contrato em causa tem duração de um ano, prevendo a entrega de 52 episódios, por um valor total, “à primeira vista, de 3,64 milhões de escudos, e impõe várias obrigações à TCV”.
LT/AA
Inforpress/Fim
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