Fogo: Vinha Maria Chaves e família Fontes unem-se para valorizar vinhos do Fogo e combater desperdício

São Filipe, 24 Ago (Inforpress) – O protocolo de colaboração entre a empresa Vinha Maria Chaves e a família Fontes, proprietária da fazenda Monte Losna, promete impulsionar o sector vinícola da ilha do Fogo, combatendo o desperdício de uvas e valorizando a produção local.

O acordo, anunciado no sábado, durante o lançamento dos vinhos "Nhô Djemi" (tinto) e "Teresa Fontes" (branco), combina a matéria-prima de alta qualidade da propriedade de Monte Losna, em Chã das Caldeiras, com a moderna infra-estrutura da adega Monte Barro, em São Filipe

Segundo o gestor da Asde Nova, Mário Cardoso, a parceria nasceu da constatação do grande potencial da uva produzida em Chã das Caldeiras, aliado à capacidade técnica e infraestrutural da moderna adega de Monte Barro, pertencente à Vinha Maria Chaves.

“No ano passado, cerca de 30 a 40 por cento (%) das uvas produzidas foram descartadas. Havia necessidade de agir, de encontrar uma solução para esse desperdício. Esta parceria é para todos: queremos transformar não só as uvas de Monte Losna, mas também as de todos os produtores da região que não têm capacidade de transformação”, destacou.

A adega Monte Barro, localizada em São Filipe, dispõe de capacidade instalada para produzir até 280 mil garrafas de vinho por ano, representando um investimento superior a 900 mil contos.

Além disso, conta com equipamentos de ponta e um alambique moderno, avaliado em cerca de 65 mil contos, com capacidade para produzir até 1.000 litros de aguardente.

A propriedade Monte Losna, localizada em Chã das Caldeiras, da família Fontes, ocupa uma área de 72 hectares de vinha e fruteiras, o que garante uma matéria-prima abundante e diversificada.

Horácio Fontes sublinhou que este é o início de uma nova etapa para a produção vinícola da ilha.

“Monte Losna é um nome forte e, no passado, a produção não era aproveitada da melhor forma. Agora, com a parceria com a Vinha Maria Chaves, estamos a lançar os vinhos “Nho Djemi” (tinto) e “Teresa Fontes” (branco), em homenagem à nossa família, mas também temos aguardentes de maçã e marmelo em fase de teste”, disse.

Além disso, a parceria já trabalha estratégias de comercialização e exportação e conta com o suporte da câmara de São Filipe, uma parceria com os Correios de Cabo Verde para distribuição na CEDEAO, e já possui um representante nos Estados Unidos.

A parceria de colaboração entre as duas instituições surgiu também como uma resposta directa aos desafios enfrentados pelos produtores locais após a erupção vulcânica de 2014, que, embora tenha destruído parte da infraestrutura, motivou muitos agricultores a aumentar a área de cultivo de vinha.

No entanto, a falta de capacidade de transformação continuava a ser um entrave à valorização da produção.

Com esta parceria, abre-se uma nova oportunidade para dinamizar a economia da ilha, promover a agricultura como sector estratégico e garantir que as uvas da região sejam transformadas localmente em produtos de valor agregado.

JR/CP

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