Boa Vista: Direção escolar justifica “caos” na venda dos uniformes com atraso na logística de transporte

Sal Rei,18 Set (Inforpress) – A venda dos novos uniformes escolares para os alunos de 5º aos 8º anos, que resultou em longas filas e intervenção policial, foi justificada pela direção escolar como consequência de um atraso na logística de transporte entre ilhas.

Vários pais e encarregados de educação têm estado a reclamar, desde tarde de quarta-feira, a “desorganização e centralização” da venda numa única loja chinesa, assim como dos preços que consideram elevados, e agora, também, da escassez de stock.

A mãe e encarregada de educação Denise Gonçalves, que disse ter conseguido comprar os materiais após quase duas horas de espera, descreveu a venda como "mal-organizada”, entre empurrões e apertos, e afirmou que o preço de 6.000$00 escudos por um conjunto completo, mais equipamento para educação física é elevado. 

Ambrosina Monteiro, mãe de quatro filhos, vai ter de comprar uniformes novos para todos os filhos, outra vez, depois de já ter feito esse gasto ano passado, também considera os preços "exagerados" e que há falta de apoio "para coitados".

No caso de Elis Lima, mesmo com o dinheiro, disse que sequer encontrou uniforme para o filho, e perante toda confusão é de opinião que deveria haver mais locais de venda.

O director da escola Secundaria da Boa Vista, Domingos Lobo, explicou que a ordem de embarque dos uniformes foi feita desde 25 de Agosto, e que a venda estava prevista para 01 de Setembro, mas só pôde ser iniciada na tarde desta quarta-feira, 17, devido a problemas de transporte dos uniformes que são confeccionados em Santiago por uma firma nacional e não por chineses como se pensa.

O responsável reconheceu a frustração e a insatisfação dos pais, mas descartou a urgência da situação, lembrando que o comunicado da escola permite que os alunos usem calça jeans e t-shirt branca até 15 de Outubro, e que os alunos não vão ser penalizados, pelo que considera que foi desnecessária a correria. 

Lobo também abordou a questão do preço defendendo que o valor é um “investimento” a longo prazo para os pais que não vão gastar comprando várias roupas.

Quanto à venda centralizada, o diretor justificou a parceria com uma única loja como um processo “prático e sustentável”, afirmando que a loja chinesa estava em condições de adiantar o pagamento para facilitar o processo de compra e revenda junto do fornecedor.

A vendedora da loja chinesa, May Aixia, reforçou que a loja recebeu um total de 1.273 peças, entre calças, camisas e conjuntos de educação física, uma quantidade de uniformes muito inferior à solicitada, que se esgotou rapidamente e agora vão ter de aguardar para a próxima remessa que ainda não tem data de chegada prevista.

MGL/JMV

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