São Filipe, 24 Ago (Inforpress) - O presidente da câmara de São Filipe defendeu sábado a realização de uma cimeira "urgente" entre os três municípios do Fogo e o Governo para definir um plano estratégico de investimentos, com especial foco no sector agrícola.
Nuias Silva fez esse apelo durante a cerimónia de lançamento de uma nova linha de vinhos, produzidos na adega Monte Barro da Vinha Maria Chaves com uvas geradas em Monte Losna, propriedade da família de Guilherme Fontes “Nho Djemi”.
Na ocasião, o autarca sublinhou que a ilha tem condições únicas para se afirmar como uma referência nacional e internacional na produção de vinhos e outros produtos agroindustriais.
O edil de São Filipe salientou que é necessário definir investimentos de médio e longo prazos para o desenvolvimento estratégico da ilha, sobretudo nos sectores agrícola e vinícola.
Segundo Nuias Silva, a ilha do Fogo reúne condições únicas para se afirmar como uma ilha produtora de vinhos e outros produtos agrícolas de alta qualidade, destacando o “casamento estratégico” entre as infra-estruturas modernas da adega de Monte Barro, localizada na cidade de São Filipe e a matéria-prima (uva) produzida em Chã das Caldeiras.
“Temos recursos naturais valiosos que, por não terem sido devidamente valorizados, acabaram por ser negligenciados. Está na hora de inverter esta mentalidade e reconhecer que o Fogo pode e deve ser uma referência nacional e internacional no sector agrícola e agroindustrial”, frisou.
Para o autarca, o desenvolvimento da ilha exige mais do que infra-estruturas físicas, sendo cruciais os investimentos na mobilização de água, energias renováveis e o desencravamento de zonas agrícolas de alto potencial, que se estende desde Cabeça Fundão, passando pelas zonas altas de Monte Grande e Tudja.
Segundo o mesmo, essas regiões podem até superar Chã das Caldeiras em termos de produção de uvas, desde que sejam desbloqueadas e integradas no mapa estratégico de investimentos.
“Se investirmos correctamente no sector agrícola, podemos transformar o Fogo não só numa ilha vinícola de excelência, mas também num verdadeiro centro de abastecimento de mercados nacionais e internacionais”, afirmou.
O autarca também lançou um apelo directo à diáspora, convidando os emigrantes a investirem na ilha e ajudar no processo de desenvolvimento e aproveitar este momento em que se está a redesenhar o futuro da ilha.
Durante a apresentação, Nuias Silva enfatizou a importância de valorizar a singularidade do vinho do Fogo, produzido em solo vulcânico, defendendo que o produto deve ser certificado e vendido como "gourmet", protegendo a sua identidade no mercado.
“Temos que contar a história deste vinho, investir em marketing e na sua certificação. Este não é um vinho de massa, é um vinho distinto e exclusivo. Como ele, podemos também produzir aguardente, vodka e outras bebidas para competir com qualidade no mercado turístico e internacional”, referiu.
Nuias Silva reforçou que o desenvolvimento sustentável da ilha não se constrói com assistencialismo, mas com a criação de riqueza a partir dos recursos e capacidades locais.
O edil sanfilipense parabenizou o jovem Horácio Fontes, mais conhecido por Jojo que, segundo o mesmo, é “empreendedor e sonhador nato” e o encorajou a prosseguir e a materializar os seus sonhos.
JR/CP
Inforpress/Fim
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