Porto Novo: Associação preocupada com a situação do mercado de peixe ainda  de portas fechadas três anos após construção

Porto Novo, 02 Set (Inforpress) –  A Associação dos Pescadores e Peixeiras da cidade do Porto Novo, Santo Antão, mostrou-se hoje preocupada com a situação do mercado de peixe  desta urbe, construído há precisamente três anos, mas que continua ainda de portas fechadas.

O mercado, que custou mais de 20 mil contos, foi inaugurado em Setembro de 2022, mas nunca chegou a funcionar em pleno, encontrando-se encerrado devido à recusa das peixeiras em ocupar esta infra-estrutura, co-financiada pela cooperação luxemburguesa e pelo ministério do Mar.

O líder da associação dos pescadores e peixeiras do Porto Novo, Atlermiro Neves, manifestou a sua preocupação em relação à situação do mercado de peixe que, a seu ver, “tem todas as condições para funcionar bem, desde que haja vontade”.

O facto de o mercado estar de portas fechadas não constitui uma responsabilidade exclusiva da Câmara Municipal do Porto Novo e dos operadores de pesca, mas sim deve ser partilhada por todos, entende o presidente da associação dos pescadores e peixeiras, que defendeu a realização de um trabalho pedagógico junto dos operadores.

Entende também que os consumidores devem ser exigentes com o produto que consomem e devem procurar o serviço e o produto no mercado, de forma higiénica e organizada.

Atlermiro Neves é da opinião de que a concentração dos vendedores no mercado traria “diversidade e competição, o que é benéfico para o consumidor”.

A fixação das peixeiras no mercado permitia ainda a classe explorar diferentes técnicas de tratamento e a agregação de valor ao pescado, explorar certos nichos de mercados e fidelizar os clientes, pelo produto e pela qualidade, avançou.

Este não é o primeiro mercado de peixe construído na cidade do Porto Novo que não chegou a funcionar devido à recusa das peixeiras.

Em 1999, foi construído um mercado na zona de Abufadouro, nas proximidades das duas praias de desembarque de maior dinâmica na pesca artesanal da cidade do Porto Novo, mas o espaço foi negado pelas peixeiras, que alegaram a sua "má localização".

JM/JMV

Inforpress/Fim