Santa Maria, 12 de Mai (Inforpress) – O Governo reiterou hoje o seu compromisso em fortalecer o sector da educação como pilar fundamental para o desenvolvimento humano, embora o país tenha mantido a sua posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2024.
A afirmação foi feita hoje no Sal, pelo ministro da Educação, Amadeu Cruz, em entrevista à Inforpress, durante a qual abordou os desafios e avanços no sistema educativo do arquipélago.
O ministro começou por destacar a trajetória positiva de Cabo Verde no IDH ao longo dos anos, sublinhando o desenvolvimento em diversos sectores, com particular enfoque na educação.
No entanto, reconheceu a necessidade contínua de melhorar os indicadores, especialmente no que concerne ao acesso, permanência e conclusão da escolaridade obrigatória por parte de crianças, adolescentes e jovens.
"É necessário, no entanto, continuarmos a melhorar os indicadores, designadamente, para facilitar o ingresso e a permanência das crianças, adolescentes e jovens no sistema educativo cabo-verdiano para que possam concluir a escolaridade obrigatória, mas por outro lado para poderem desenvolver as aptidões que cada criança, cada adolescente tem", afirmou o ministro.
Nesse sentido, continuou Amadeu Cruz, o Governo implementou um conjunto de políticas de acção social com o objetivo de favorecer a inclusão e a continuidade dos estudantes no sistema educativo. Entre as medidas destacam-se a isenção de propinas, o reforço da acção social escolar e a inclusão de crianças com necessidades educativas especiais.
Estas iniciativas, segundo o ministro, têm tido um impacto positivo na redução da taxa de abandono e no aumento das taxas de aprovação dos alunos.
"Tudo isso tem tido um reflexo muito positivo na redução da taxa de abandono, mas também no reforço das taxas de aprovação dos alunos", frisou.
Apesar do “bom posicionamento” de Cabo Verde no contexto do desenvolvimento humano, o ministro salientou que o desafio passa não só pela consolidação dessa posição, mas também pela sua melhoria contínua.
O sector da educação, enquanto "sector pilar do desenvolvimento humano em Cabo Verde e no mundo", tem um papel crucial a desempenhar neste processo, disse.
Um dos desafios apontados pelo ministro é a consolidação da qualidade do sistema educativo cabo-verdiano e para enfrentar este desafio, o governo, conforme afirmou, tem implementado reformas curriculares em todos os níveis de ensino.
“A reforma do ensino básico obrigatório já foi concluída, e a reforma curricular do ensino secundário está em fase de finalização este ano. O objetivo final é alinhar o perfil de saída dos alunos do 12º ano com os requisitos de ingresso nas universidades, tanto nacionais como internacionais”, sublinhou.
"Almejamos um perfil de saída do 12º ano em linha com o perfil de ingresso nas universidades, quer nacionais, quer internacionais, quer no estrangeiro", explicou o ministro.
Outro objetivo fundamental, conforme ainda a mesma fonte, é a redução das assimetrias regionais e sociais no acesso à educação, garantindo que “nenhuma criança seja excluída do sistema educativo devido ao seu local de nascimento ou condição socioeconómica”.
As medidas implementadas, que incluem a reforma curricular, a produção e distribuição de materiais lúdicos, a acção social escolar e a inclusão educativa, visam “valorizar cada vez mais a educação como um pilar essencial para o desenvolvimento nacional”.
“A valorização e o desenvolvimento das carreiras dos professores também são prioridades para o governo. Estão em curso trabalhos para reforçar a formação e capacitação dos docentes, de forma a que possam acompanhar as dinâmicas de desenvolvimento do sector educativo”, continuou.
Em relação à preparação dos alunos cabo-verdianos para o ensino superior no estrangeiro, o responsável pela pasta da Educação garantiu que os estudantes “selecionados directamente pelo Ministério da Educação e do Ensino Superior” para instituições em Portugal têm demonstrado um “excelente desempenho académico”.
Reconheceu, no entanto, que existia uma diferenciação entre o perfil de saída do 12º ano em Cabo Verde e outros sistemas educativos internacionais, o que motivou a implementação da reforma educativa para o nivelamento deste perfil, especialmente nas áreas da matemática, ciências, humanidades e línguas.
"Os jovens cabo-verdianos que estão a terminar agora o 12º ano, agora em Jjunho, são jovens que já dominam o inglês, que dominam o francês, que têm mais competências em matemáticas e nas ciências, têm mais competências na área das ciências humanas. Ou seja, estamos a alinhar com o perfil internacional de ingresso no ensino superior", concluiu o ministro.
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Inforpress/Fim