São Vicente: Especialista da OMS alerta para consciencialização da população sobre doenças transmitidas por mosquitos

Mindelo, 04 Set (Inforpress) – O especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou hoje, no Mindelo, a atenção das autoridades sanitárias para que a população são-vicentina seja melhor consciencializada sobre os perigos das doenças transmitidas por mosquitos.

Jude Bigoga fez o alerta à imprensa ao participar do encontro realizado pela Delegacia de Saúde de São Vicente, no intuito de instruir os parceiros sobre a situação sanitária por que passa a ilha com o estado de calamidade, após à passagem da tempestade Erin.

Segundo o “expert”, é preciso que todos trabalhem no mesmo sentido para que Cabo Verde não perca o certificado de país livre de paludismo, emitido pela OMS em 2024, que “está neste momento em risco”.

Por isso, segundo a mesma fonte, desde a sua chegada em São Vicente tem ajudado as autoridades sanitárias a formar mais agentes de luta anti-vectorial, profissionais de saúde e voluntários, que devem estar preparados para combater uma possível epidemia.

O técnico avançou ainda que também estiveram no terreno a constatar a situação das diferentes localidades, entre estas a localidade de Salamansa, uma das mais afectadas pelas chuvas.

“Constatamos que, apesar dos esforços do Governo para combater doenças transmitidas por vectores, como o paludismo e a dengue, a população ainda desconhece todas as medidas necessárias para melhor combater essas doenças”, considerou Jude Bigoga.

E isso significa, conforme a mesma fonte, que a comunicação “não tem corrido bem” e que “falta engajamento da comunidade”.

“Se continuarmos a ter essas doenças transmitidas por mosquitos aqui em São Vicente, tudo o que posso dizer é que a população aceitou conviver com mosquitos, o que não deveria ser o caso”, enalteceu, com apelo para que todos apoiem o Ministério da Saúde na luta contra essas doenças.

O delegado de Saúde de São Vicente, Elísio Silva, disse por seu lado que a formação de 20 novos agentes de luta anti-vectorial já tinha sido programada, mas coincidiu com a vinda de uma “expert” da OMS, que agora está a apoiar as autoridades cabo-verdianas nesse sentido.

Elísio Silva destacou o facto de, neste momento, existirem em São Vicente muitas zonas com água acumulada e esgotos a céu aberto, que têm vindo a desenvolver muitos criadouros de mosquitos.

“Então criamos esta equipa grande e forte para melhor intervenção”, explicou o responsável, para quem todo cuidado é pouco.

Sobre a questão levantada por Jude Bigoga de falta de consciência da população, Elísio Silva garantiu que a informação está a ser passada, mas “o problema está na conduta das pessoas”.

LN/HF

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