Ribeira Grande, 25 Out (Inforpress) – A activista Roselma Évora defendeu hoje na Ribeira Grande, Santo Antão, que os heróis nacionais precisam ser reconhecidos como símbolos colectivos pela luta de libertação nacional e na afirmação da memória de um estado-nação.
A posição da activista, especialista em ciência política e sociologia, foi assumida durante uma palestra intitulada “O papel dos Combatentes da Liberdade da Pátria no processo de libertação de Guiné-Bissau e de Cabo verde” após uma cerimónia da colocação de um busto em homenagem póstuma ao primeiro-comandante Honório Chantre.
“Os personagens da luta de libertação, os heróis nacionais, precisam ser reconhecidos como símbolos colectivos. Para tal, nós precisamos fazer um investimento, uma ressignificação do seu papel ao longo do tempo. Nós temos de adequar a reinterpretação dos seus feitos na memória colectiva dos cabo-verdianos, como um marco crucial na preservação da nossa nacionalidade”, assegurou.
No entender da activista, a reafirmação dos heróis nacionais justifica-se porque a história está sujeita a reinterpretação e o reconhecimento de personagens simbólicas, históricas e heróicas não estão livres de manipulação envolvendo discursos sociais e políticos sobre o que se deseja celebrar, lembrar, preservar ou mesmo esquecer e descartar.
Conforme Roselma Évora, em todas as sociedades o reconhecimento depende muito das opções do poder político, por isso lançou um desafio no sentido de haver mais investimentos no reforço da memória colectiva.
Também, exemplificou os monumentos nacionais como parte da permanência da memória do estado-nação alertando para os perigos da globalização.
Lembrou ainda que Honório Chante, Combatente da Liberdade da Pátria, simboliza as raízes de Cabo Verde no processo que os combatentes desempenharam com papel insubstituível que deve estar sempre na memória comum.
Honório Chantre Fortes nasceu no dia 25 de Outubro de 1941 e foi Combatente da Liberdade da Pátria e primeiro-comandante das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP), hoje Forças Armadas de Cabo Verde, tendo falecido a 20 de Julho de 2020.
EL
Inforpress/Fim
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