
Ribeira Grande, 25 Out (Inforpress) – Um busto em homenagem póstuma ao primeiro-comandante das Forças Armadas de Cabo verde, Honório Chantre Fortes, foi descerrado hoje na Ribeira Grande, Santo Antão, pelos familiares do malogrado, em reconhecimento do contributo a pátria.
Honório Chantre Fortes nasceu no dia 25 de Outubro de 1941 e foi combatente da liberdade da pátria e primeiro-comandante das Forças Armadas de Cabo Verde, tendo falecido a 20 de Julho de 2020.
Por ocasião do quinto aniversário do seu falecimento, a esposa Josefina Almeida Chantre e familiares decidiram homenageá-lo, honrando o seu percurso, perante vários ribeira-grandenses, membros do Governo e uma comitiva militar enviada pelo chefe do estado maior das Forças Armadas nacionais.
Após o descerramento do busto, realizado na tarde de hoje na avenida Luxemburgo, junto à entrada da Ribeira da Torre, zona de onde era natural o homenageado, lançou-se uma exposição fotográfica designada “A caminhada de um comandante”, patente no Centro Sete Sóis Sete Luas, seguida de uma palestra intitulada “O papel dos Combatentes da Liberdade da Pátria no processo de libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde”.
No seu discurso, a esposa do malogrado, Josefina Almeida Chantre, disse que há muito que estava a tentar realizar a homenagem que tem como objectivo tentar passar o testemunho dos que lutaram e que que tiveram várias referências.
“A vida é feita de desafios. Só quem esteve connosco nos bastidores sabe o que nós passamos para chegar cá hoje. Quero agradecer a todos os que ajudaram, especialmente ao Governo e ao primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva que acarinhou muito este projecto.
O objectivo não era só colocar o marco, mas, sobretudo, passar a mensagem, porque nós quando éramos jovens tivemos, efectivamente, referências e foi por causa das referências que nós tivemos que acabamos por aderir à luta armada de libertação nacional”, disse.
Segundo a mesma fonte, “um jovem que não tiver referência não irá a lado nenhum” por isso adoptou-se a filosofia da homenagem para tentar passar o testemunho, para que os jovens tenham também referências, que saibam que “Cabo Verde, um país resiliente, tem valores e âncoras para ir mais além”, reforçou.
Desafiou ainda os investigadores a pesquisarem a vida dos heróis e heroínas nacionais e aproveitando para destacar a “camarada” Maria Idília Évora, de 80 anos, presente na cerimónia.
Por sua vez, o ministro do Mar, Jorge Santos, que esteve em representação do Governo de Cabo Verde destacou a necessidade da valorização da memória colectiva como um guião da nossa sociedade, destacando Honório Chantre como um homem de convicções fortes e símbolo de um legado positivo.
“Um povo é a sua história, um povo é a sua memória. Em Cabo Verde temos de estar sempre em paz com a nossa história, por isso temos de valorizar essa memória colectiva histórica”, disse o governante.
Esta homenagem ao primeiro-comandante Honório Chantre é a valorização de uma personalidade que testemunha uma fase importante da história da libertação de Cabo Verde na luta de libertação nacional e de construção de um país livre e soberano”, reconheceu.
Cabo Verde é um país livre e democrático e está a celebrar, este ano de 2025, os 50 anos da sua independência com várias actividades no país e na diáspora cabo-verdiana, facto que foi lembrado durante os vários discursos.
EL/HF
Inforpress/Fim
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