Cidade da Praia, 02 Ago (Inforpress) - O músico Zé Rui de Pina classificou hoje, em declarações à Inforpress, a implementação do Estatuto do Artista como “um passo histórico” para a valorização do sector cultural no país.
O artista destacou o “impacto positivo” da medida e apelou a uma “maior agilidade nos processos administrativos” que afectam o trabalho dos profissionais da cultura.
O músico realçou que a medida é um "pontapé de saída" para a construção de um sector “mais digno, respeitado e profissionalizado”.
A mesma fonte manifestou “entusiasmo e reconhecimento” à iniciativa do Ministério da Cultura, que recentemente anunciou a implementação do “tão aguardado” Estatuto do Artista.
Para o artista, este é um “marco essencial para corrigir décadas de invisibilidade e falta de apoio” ao sector cultural no arquipélago.
“Primeiro queria felicitar quem tomou esta iniciativa e ao Governo, porque sabemos o que o artista cabo-verdiano passa, desde os tempos antigos que vemos músicos morrerem sem nada, sem serem valorizados pelo legado que deixam”, afirmou.
O músico disse acreditar que o estatuto poderá gerar uma mudança de mentalidade entre os profissionais da área, “promover maior compromisso” com o trabalho artístico e “reforçar a identidade cultural cabo-verdiana” dentro e fora do país.
Apesar do avanço, alertou para entraves ainda existentes, especialmente na burocracia envolvida na emissão de documentos e na mobilidade dos artistas para actuação em eventos internacionais.
Segundo ele, é necessário que o Governo complemente o estatuto com mecanismos que facilitem a execução de projectos e a circulação da classe.
“Ainda acredito que muita coisa deve ser simplificada. Muitas vezes os projectos são aprovados, mas ainda assim é difícil conseguir os documentos necessários. Quanto mais simplificados estivermos, mais facilmente fazemos o nosso trabalho”, reforçou.
O Estatuto do Artista visa garantir direitos laborais, segurança social e melhores condições de trabalho para os profissionais do sector cultural, sendo uma das principais reivindicações da classe nos últimos anos.
A sua implementação marca uma nova fase para a política cultural em Cabo Verde, com promessas de regulamentação mais clara e reconhecimento oficial da profissão artística.
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Inforpress Fim
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