Jovem com Síndrome de Down revela gosto em aprender artesanato para fazer seus próprios trabalhos (c/vídeo)

Inicio | Sociedade
Jovem com Síndrome de Down revela gosto em aprender artesanato para fazer seus próprios trabalhos (c/vídeo)
20/03/24 - 04:13 pm

Cidade da Praia, 20 Mar (Inforpress) – Um jovem de 42 anos, portador do síndrome de Down, residente no bairro de Achadinha, que responde pelo nome de António Andrade, revelou hoje o gosto de aprender artesanato para produzir seus próprios trabalhos.

Em entrevista à Inforpress no âmbito do Dia Internacional da Síndrome de Down, assinalado a 21 de Março, este jovem que há mais ou menos um ano frequenta a formação em artesanato na Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia) revelou-se satisfeito por estar a aprender esta arte na companhia de mais 18 jovens.

“Aqui faço pintura, carteiras e outros objectos”, regozijou-se António Andrade, afirmando que gosta de frequentar a Colmeia para fazer os seus próprios trabalhos, uma vez que em casa não tem esta oportunidade, pelo que se limita a realizar apenas alguns trabalhos domésticos e fazer recados.

Na Colmeia, local onde diz ter contado com vários apoios e onde lhe tem sido proporcionado bons momentos, assegurou que é bem tratado e gosta de ir para estar junto dos colegas, fazendo várias actividades, razão pelo qual aproveitou para agradecer o apoio que tem recebido durante todo esse tempo.

A psicóloga, e uma das coordenadoras dos jovens nesta associação de cariz social, Josiane Almeida, explicou que esta formação, para além de ser uma actividade ocupacional para jovens e adultos com necessidade específicas, tem ainda o propósito de prepará-los para os inserir profissionalmente no futuro numa área em que venham a mostrar mais afinidade.

Aqui aprendem diversos tipos de áreas, como artesanato, culinária, limpeza e arrumação, entre outras áreas profissionais. Posteriormente vamos fazer uma avaliação de qual actividade eles têm mais afinidade e paixão, para depois tentarmos inseri-los profissionalmente no mercado”, explicou.

Segundo informou, a formação acontece três vezes por semana e tem a duração de mais ou menos 11 meses, graças a alguns financiamentos que, entretanto, não se revelam suficientes para custear as necessidades desta associação, nomeadamente, materiais, pagamento de técnicos, entre outras coisas.

A responsável garantiu que trabalhar com jovens com necessidades específicas não é desafiante, mas um prazer, ao contrário do que as pessoas pensam.

“São jovens capazes de dar o seu melhor quando tem gosto por algo e mostram sempre empenhado no trabalho que temos estado a desenvolver aqui. Por aquilo que a formadora nos diz, principalmente o António é um jovem muito empenhado, que para além de produzir carteiras, chinelos também tem dado apoio aos outros colegas com mais comprometimento”, esclareceu.

De modo que acredita que, com esta oportunidade, possam desenvolver melhor as suas capacidades e evitar que possam estar o tempo todo em casa.

“Temos alguns que chegaram aqui sem nenhuma habilidade quer social, quer interaccional e foram adquirindo ao longo da formação juntos de outros colegas”, salientou asseverando que são bem-comportados quando tem chances de estar em outras actividades em termos ocupacionais.

O Dia Internacional da Síndrome de Down foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 com o objectivo de promover o reconhecimento dos direitos dos indivíduos portadores deste síndrome. A data tem como objectivo sensibilizar a sociedade para a inclusão das pessoas com Síndrome de Down na vida normal.

A Síndrome de Down é uma deficiência genética que ocorre quando as crianças nascem com um cromossomo a mais – o cromossomo 21 – e que afecta a habilidade da criança de desenvolver habilidades académicas e de comportamento.

Os sintomas da Síndrome de Down são físicos, cognitivos e de comportamento, e podem variar de pessoa para pessoa.

 

ET/HF

Inforpress/Fim 

Partilhar