Fogo: Área agrícola irrigada com “melhoria substancial” nos últimos seis anos – administrador Águabrava

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Fogo: Área agrícola irrigada com “melhoria substancial” nos últimos seis anos – administrador Águabrava
13/06/25 - 09:32 am

São Filipe, 13 Jun (Inforpress) – A área de produção agrícola de regadio é “substancialmente melhor” do que a que existia há seis anos, sobretudo na zona sul, graças ao “enorme esforço” da Águabrava na regularização do fornecimento de água.

O posicionamento é do administrador/delegado da Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava), Rui Évora, ao reagir às reclamações dos horticultores da zona sul da ilha, nomeadamente de São Filipe e Santa Catarina do Fogo, sobre a escassez no fornecimento de água, que tem originado prejuízo nas suas parcelas.

A Águabrava está a enfrentar “sérios desafios” financeiros provocados pelo fornecimento de água para irrigação e para actividade pecuária na ilha do Fogo, mas apesar disso tem feito esforços para regularizar o abastecimento, referiu a mesma fonte.

Segundo Rui Évora este esforço traduziu-se no aumento da disponibilidade de água, com a execução de mais furos, com recursos financeiros próprios da empresa, e pela via da melhoria da gestão da distribuição de água.

Contudo, sublinhou, esse esforço tem representado “encargos financeiros insuportáveis” havendo necessidade, a curto prazo, de encontrar soluções e adoptar medidas para amenizar essa situação, que poderá comprometer a sustentabilidade económica da empresa.

Segundo Évora, a situação actual da produção agrícola de regadio é consideravelmente melhor em comparação com há cinco ou seis anos, graças a um "enorme esforço" da empresa, que aumentou a disponibilidade de água com a perfuração de novos furos, utilizando recursos financeiros próprios, e melhorou a gestão da distribuição. 

No entanto, esse esforço tem representado “encargos financeiros insuportáveis”.

O administrador/delegado explicou que face a esta situação, a empresa adotou medidas de racionalização do fornecimento de água de rega para travar as perdas financeiras, mas também para priorizar o consumo humano.

As medidas de racionalização no fornecimento de água para rega, principalmente na zona sul da ilha consiste no abastecimento em dias alternados e por um período de três horas, disse Rui Évora.

A mesma fonte sublinhou que a empresa está ciente de que para alguns agricultores essa água poderá ser insuficiente, mas que enquanto gestor tem a responsabilidade de travar o aumento das perdas enquanto não houver soluções estruturais.

Outra medida adoptada foi a suspensão de novas solicitações de água para irrigação, desde 2020, como forma de racionalizar um aumento no fornecimento de água.

Rui Évora, que se reuniu na quinta-feira, 12, com alguns agricultores da zona sul da ilha, disse que muitos deles não possuem reservatórios de reservas e dependem directamente do fornecimento contínuo e qualquer falha, como avarias electromecânicas ou rupturas, afeta imediatamente suas atividades.

Para enfrentar essas dificuldades, a Águabrava anunciou a substituição de contadores por outros de maior diâmetro, visando melhorar o abastecimento em horários controlados.

Rui Évora pontuou que a empresa identificará agricultores que enfrentam dificuldades específicas para tentar ajustar o fornecimento fora dos horários padrão.

Além disso, disse que a empresa tinha colocado tampas com cadeados nas caixas de contadores para evitar o consumo fora dos horários permitidos, uma prática que compromete o abastecimento urbano de Santa Catarina.

Contudo, precisou, após as reclamações dos clientes, a Águabrava irá resolver o problema e garantir o acesso aos contadores para o controlo do consumo.

Apesar das dificuldades, o fornecimento de água para a actividade pecuária “melhorou significativamente” e Rui Évora apontou que em 2019 a empresa tinha apenas 24 clientes nesse segmento, número que saltou para cerca de 160 em 2024, facilitando o acesso dos criadores de animais à água junto às suas zonas de actividade

O administrador/delegado da Águabrava avançou que apesar da água consumida para irrigação e pecuária representar 38 por cento (%) do volume total consumido, esse segmento representa apenas 9% do total faturado, devido ao baixo preço da água nesses sectores.

A tarifa de venda aplicada à água de rega e actividade pecuária é muito inferior ao preço da água para consumo doméstico e se não forem tomadas “medidas urgentes” para rever tarifas e melhorar a gestão, a sustentabilidade da empresa poderá estar seriamente comprometida, segundo Rui Évora.

A água destinada à irrigação e actividade pecuária é vendida a 61 escudos por metro cúbico (tonelada), enquanto para o consumo humano, para o primeiro escalão, cada tonelada de água é vendida a 209 escudos.

JR/AA

Inforpress/Fim

 

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