Ribeira Grande recebe “Reflexos da Existência” um olhar íntimo de Sérgio Pires sobre Santo Antão

Ribeira Grande, 09 Ago (Inforpress) — O Centro Sete Sóis Sete Luas, na Ribeira Grande, Santo Antão, inaugura hoje a exposição “Reflexos da Existência”, do fotógrafo santantonense Sérgio Pires, que mergulha na alma da ilha através de retratos da vida quotidiana dos seus habitantes.

A mostra, que faz parte da programação da Semana Municipal da Juventude da Ribeira Grande, reúne 15 fotografias em formato A3 que, segundo o autor, são “retratos das gentes e das suas vidas”, um “mergulho visual na essência da ilha”.

À Inforpress, Kiko, como é também conhecido Sérgio Pires, explicou que as imagens percorrem paisagens e rostos, revelando crianças que se banham na água da chuva, jovens a rir junto aos tanques, pescadores no mar e o sorriso sulcado pelo tempo de um idoso com o seu inseparável tabaco.

“São fotografias que falam de simplicidade e alegria, das gentes da ilha, mesmo em dias difíceis. (…) não fotografei apenas para mostrar, mas para sentir junto. A câmara tornou-se um convite para viver aqueles instantes”, afirmou.

Algumas das fotografias são acompanhadas por poemas ou versos de poesia cabo-verdiana, numa fusão de palavra e imagem que amplia a experiência estética.

“Quero mostrar que é possível valorizar o que é nosso e, ao mesmo tempo, criar o novo. Misturo técnicas de filme e digitais como a juventude cabo-verdiana, com raízes firmes e asas abertas”, salientou Kiko.

O fotógrafo espera que cada visitante leve da exposição mais do que simples imagens, mas sim “sensações e memórias”.

“Pode ser a nostalgia de um banho de chuva ou a lembrança de um avô com o seu tabaco. Quero que as pessoas saiam com vontade de olhar a vida com mais atenção. Em Santo Antão, até as pedras e as águas guardam histórias, basta parar para ouvir”, acentuou.

A exposição “Reflexos da Existência” estará aberta por tempo indeterminado no Centro Sete Sóis Sete Luas, oferecendo à comunidade e visitantes um espaço de encontro com a identidade e a memória viva de Santo Antão.

LFS/CP

Inforpress/Fim