Equipa multidisciplinar realiza levantamento sobre impactos emocionais da tempestade Erin em São Vicente

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Equipa multidisciplinar realiza levantamento sobre impactos emocionais da tempestade Erin em São Vicente
28/10/25 - 02:00 pm

Cidade da Praia, 28 Out (Inforpress) – Uma equipa multidisciplinar, liderada pela investigadora e psicóloga cabo-verdiana Neusa Correia Lopes, estará em São Vicente, a partir desta quarta-feira, para realizar um levantamento sobre os impactos emocionais, psicológicos e sociais provocados pela tempestade Erin.

Em declarações hoje à Inforpress, a investigadora explicou que a iniciativa nasceu de uma reflexão pessoal após testemunhar a gravidade dos estragos provocados pelo fenómeno meteorológico, que no passado dia 11 de Agosto, atingiu a ilha de São Vicente provocando destruição e desalojamentos.

“Depois de ver a catástrofe na ilha, não consegui dormir. Vi que era importante chegar perto das pessoas e perceber como estavam emocionalmente, como reagiram antes e depois da tempestade”, afirmou.

A investigação, cuja primeira fase será dirigida a pessoas adultas, visa avaliar e apoiar emocionalmente as famílias afectadas, ajudando-as a recuperar o equilíbrio emocional e social.

“O objectivo é apoiar emocionalmente, não financeiramente. Queremos introduzir um projecto que abrace e equilibre o estado emocional e social da população atingida”, acrescentou.

Segundo a responsável, a equipa conta com o acompanhamento de um psicólogo e recorrerá a entrevistas e questionários, definindo os testes mais adequados a cada caso. O trabalho será feito de forma gradual, mediante o consentimento das famílias visitadas.

O levantamento, que começará após uma fase inicial de reconhecimento do terreno e contacto com comunidades locais, incidirá sobre as zonas mais afectadas, como Ribeirinha, Ribeira Bote, Avenida 12 de Setembro e Praça Estrela.

Neusa Correia Lopes adiantou que o estudo poderá também contribuir para a preparação de Cabo Verde face a futuras emergências climáticas, através da consciencialização e da promoção de uma cidadania mais activa.

“Queremos criar responsabilidade nas pessoas, mudar atitudes e práticas. É preciso consciencializar para que o que aconteceu não volte a acontecer”, sublinhou.

A investigadora, licenciada em Psicologia da Educação, com pós-graduação em Liderança Educacional e mestrado em Educação com especialização em línguas, afirmou ainda que este levantamento será “um estudo que ficará na história do país”.

TC/CP

Inforpress/Fim

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