cultura


12-05-2024 19:26

Mindelo, 12 Mai (Inforpress) – A peça “Cabral, A Última Lua de Homem Grande”, co-produzida pelos grupos teatrais Sikinada e Art´imagem, vai ser apresentada em Portugal, em dez sessões, entre 17 e 26 de Maio, enquadrada numa circulação internacional do espectáculo.

Depois da estreia na cidade da Praia, no passado dia 20 de Janeiro, inserido nas comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Cabral e, ainda, de uma participação no Djintis - I Festival Internacional de Artes Cénicas de Bissau, na Guiné-Bissau, agora é a vez de “Cabral, A Última Lua de Homem Grande” chegar à Europa.

A exibição de dez sessões, marcada entre 17 e 26 de Maio, acontece no Auditório da Quinta da Caverneira, Maia, Portugal, enquadrada nas Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril da Câmara Municipal da Maia.

Originária de uma co-produção entre as companhias de teatro Sikinada (Cabo Verde) e de Art’Imagem (Portugal), surge de uma adaptação do romance do escritor cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa.

O enredo parte do último dia de vida de Amílcar Cabral para falar do seu pensamento e da sua obra.

A peça é interpretada por João Paulo Brito, dirigida por Flávio Hamilton e com uma equipa formada por artistas dos dois países.

Para além da apresentação em Portugal também, conforme a assessoria de imprensa, está confirmada para este ano, a presença da peça no Festival SalEnCena (ilha do Sal), em Junho, e no Mindelact – Festival Internacional de Teatro do Mindelo (São Vicente), em Novembro, para além de outras participações nacionais e internacionais em fase de negociação.

LN/HF

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12-05-2024 11:46

Cidade da Praia, 12 Mai (Inforpress) – A Banda Municipal da Praia regressa hoje, pelas 19:00, ao Coreto da Praça Alexandre Albuquerque, após cinco anos de interregno devido à pandemia da covid-19, comunicou o director da Cultura da Câmara Municipal, Adilson Spínola.

Outro motivo pelo qual as actuações estavam inactivas desde 2019, segundo Adilson Spínola, tem a ver com o facto de o coreto estar danificado, mas a autarquia promoveu uma remodelação completa do espaço que agora reune todas as condições para o retorno das actuações, todos os domingos na Praça Alexandre Albuquerque, de forma condigna.

Assim, depois da missa da tarde, música e animação estão de volta para proporcionar aos munícipes, não só, momentos alegres com muita música, através de um repertório feito para todos os gostos, como também de muito convívio.

O acto, que marca a retoma das actuações da banda, vai contar com as presenças do presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, de outros integrantes da equipa camarária, convidados e munícipes.

A Banda Municipal da Praia, formada por 34 integrantes, tem actuado também nas comunidades nos finais de semana.

A Banda Municipal da Praia foi fundada em 1912, marcando épocas e gerações com as suas actuações, não só no coração da Praça, animando as noites na cidade, como também através de participações em eventos festivos nas comunidades da Praia e noutros municípios de Cabo Verde. 

TC/HF

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12-05-2024 11:21

Assomada, 12 Mai (Inforpress) – A artista Ana Mileida, do grupo Freirianas Guerreiras, estreou-se no festival 13 de Maio com uma actuação considerada positiva, elevando o batuco para outro patamar, no evento em que Gil Semedo provou que ainda é “líder”.

O certame musical, destaque das festividades do dia da cidade de Assomada e da sua santa padroeira, Nossa Senhora de Fátima, celebrado a 13 de Maio, e que este ano assinala os 22 anos da sua elevação de Assomada à categoria de cidade, inicialmente agendado para começar às 22:00, principiou depois das 00:00, com animação do DJ Baby Girl e MC Neguinho

No entanto, em termos de actuação dos artistas coube ao RCC, talento local, dar o pontapé de saída depois das 00:00, com o público ainda na fila a tentar entrar no recinto do festival, que teve como palco a rua junto à antiga EMPA, em Assomada.

Depois seguiu-se a actuação de Bedja KP com o “fenómeno cotchi pó”, de Buguin Martins que apresentou o seu álbum “Encanto”, com destaque para temas como “Perseguin”, 1001X, “Bu falta”, “bem sem medo” tendo feito os festivaleiros dançar e cantar as suas músicas.

Com o recinto “totalmente cheio”, o “rei do pop” cabo-verdiano e cabeça de cartaz do festival, Gil Semedo, subiu ao palco e mostrou que ainda é “líder” tendo cantado grandes sucessos dos seus 30 anos de carreira, “Moda Bitchu”, “Ka tem não”, “Jantar”, “Obrigado”, entre outros temas, tendo terminado a sua actuação ao som de “Maria Júlia”.

Em estreia, a única artista mulher no cartaz Ana Mileida, do grupo de batuco “Freirianas Guerreiras”, apesar de “pequenos problemas técnicos” cantou, encantou, fez o público dar “torno” (dança de batuco) e elevou este género musical cabo-verdiana para “outro patamar”.

O público de todas as faixas etárias presente cantou “Nha minino”, “Nha marido”, “Si bu dam” com Legemea, e entre outros temas com emoção, numa clara alusão à valorização do batuco.

Assim como as demais actuações, o público revelou-se conhecedor das músicas de Legemea que regressa anos depois.

Depois das 05:00 entrou Tony Fika que, não obstante ser repetente e conhecido dos festivaleiros, era um dos artistas mais esperados da noite e também era um dos responsáveis por manter a “casa cheia”, tendo dado “grande show” ao seu estilo próprio, ao som de “zouk” e funaná.

No festival, que terminou perto das 08:00 de hoje, com uma “casa cheia” ao som do fenómeno “cotchi pó” de Titio de Belo Freire e KamoKa, cantou ainda Zé Espanhol, PPC com “hip hop”, que encantou o público, sobretudo jovens, que sabia de cor as letras das músicas.

Para assinalar as festividades de 13 de Maio, foi preparado um leque de actividades culturais e desportivas que arrancaram desde meados de Abril, e terão o seu ponto alto esta segunda-feira, 13, com uma missa em honra da santa padroeira da cidade, Nossa Senhora de Fátima.

FM/HF

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11-05-2024 14:18

Assomada, 11 Mai (Inforpress) - O Festival 13 de Maio arranca hoje às 22:00, junto à antiga EMPA, em Assomada, Santa Catarina, com um cartaz que inclui artistas locais e nacionais como o cabeça de cartaz o “rei do pop” cabo-verdiano Gil Semedo.

O único dia do festival, destaque das festividades do Dia da Cidade de Assomada e sua santa padroeira Nossa Senhora de Fátima, celebrado a 13 de Maio, e que este ano assinala os 23 anos de elevação à categoria de cidade, é organizado pela Câmara Municipal de Santa Catarina e conta com produção da JM Produções e Eventos.

Além do artista santa-catarinense Gil Semedo, vão abrilhantar o único dia do festival, que terá entrada paga a 500 escudos, Zé Espanhol, Tony Fica, Freirianas Guerreiras, PCC, Buguin Martins, Titio de Belo e Kamoka, Bedja KP, Legemea e RCC.

O certame musical vai ser apresentado por MC Neguinho, e animado pelos Deejay (DJ) Baby Girl, Wilson e Vezes.

Para assinalar as festividades de 13 de Maio, foi preparado um leque de actividades culturais e desportivas que arrancaram desde meados de Abril, e terão o seu ponto alto dia 13 de Maio, com um missa em honra a santa padroeira da cidade, Nossa Senhora de Fátima.

FM/CP

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10-05-2024 22:38

Tarrafal, 10 Mai (Inforpress) – A presidente do Instituto do Património Cultural (IPC) considerou hoje que conseguiram alcançar os objectivos traçados para o Simpósio Internacional que decorreu durante dois dias no Campo de Concentração do Tarrafal.

Ana Samira Baessa, que fez estas considerações no discurso do encerramento do Simpósio Internacional “Memórias e diálogos de resistência em Tarrafal de Santiago”, relembrou que as actividades iniciaram no passado dia 25 de Abril e culminaram hoje, 10 de Maio, com uma programação vasta e que envolveu diferentes instituições e entidades.

Tendo em conta o envolvimento e a programação, esta responsável considerou que o balanço é positivo, explicando que o conceito deste programa foi de promover uma celebração diferente, trazer alguma inovação porque a data e a memória do Tarrafal assim o exigem.

“Estamos perante um facto que mexe com as nossas emoções e abre-nos os horizontes para fazermos esta celebração com dignidade, honrando as memórias de todos quanto foram aqui aprisionados e de todas as famílias que sofreram com estas tragédias”, disse, justificando a amplitude do programa.

Ana Samira Baessa sublinhou que, nesta programação, foram promovidas reflexões entre gerações e entre os actores dessa história do Tarrafal, neste caso, os antigos presos e familiares, estudantes e investigadores, quebrando assim a tradição das actividades científicas em que participam académicos, cientistas e investigadores.

“Quisemos uma celebração que, evidenciando o valor histórico, cultural e patrimonial do campo, pudesse trazer também outras vertentes da resistência, ou seja, uma resistência mais passiva, suportada no poder das artes, nomeadamente a música, as danças, as artes cénicas, a literatura, enquanto armas contra o silêncio, contra a opressão e contra a ditadura” ressaltou.

Por seu turno, em representação da Câmara Municipal do Tarrafal, o vereador Arnaldo Andrade, na sua intervenção, considerou que estes dois dias foram “muito produtivos”, tendo em conta a “grande variedade de comunicações e de perspectivas que enriquecem e contribuiram para aquilo que é foi o desígnio das comemorações”. 

Tendo em conta a história do Tarrafal e do Campo de Concentração, Arnaldo Andrade evidenciou que existem dois grandes desafios que passam por voltar para o mundo e ao reconhecimento do mundo deste património de muito significado.

Significado este que, conforme explicou, não é porque foi um Campo de Concentração que não teve fornos crematórios, mas sim, porque foi um campo de concentração que serviu para concentrar presos considerados perigosos em outras prisões e tinham de vir para um sítio com estas características, “isolado, distante, inóspito, duro, especial, de castigo e onde a morte não era rápida, era lenta”.

Ainda, dentro dos desafios, disse que é preciso fazer com que os tarrafalenses deixem de sentir e carregar o estigma, e isso, só é possível de fazer “se esta comunidade se apropriar, se tiver os instrumentos, os dados, as informações, para se apropriar da história do campo e saber que o campo tem um lado positivo, que é a história de gente que contribuiu para que a liberdade fosse possível”. 

Já a representante do Instituto Camões, Andreia Falcão, reforçou o compromisso de se envolver no projecto para conseguirem juntos os objectivos traçados, aproveitando para “elogiar” o Simpósio Internacional que envolveu diversos momentos de reflexão e de partilha, considerando que foi um evento “carregado de um enorme simbolismo”.

A representante do Instituto Camões assinalou ainda que estas comemorações foram mais do que um evento académico ou cultural, mas sim um acto de justiça, um confronto com a história comum e um tributo à resiliência do espírito humano.

A cerimónia de encerramento contou com a presença do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente.

Para encerrar as comemorações dos 50 anos de 25 de Abril e 50 anos do encerramento do Campo de Concentração de Tarrafal (1974-2024) está a decorrer o Festival de Resistência – Do Eco à Música, com a actuação de artistas cabo-verdianos, portugueses, angolanos e bissau-guineenses como: Batchart, Princezito e Batucadeiras, Susete e Venancinho, Fattú Djakitté, Vacine Rosa, Tabanka, Ary Kueka, Mário Gamboa e A Garota Não.

MC/HF

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10-05-2024 17:03

Cidade da Praia, 10 Mai (Inforpress) - O actor santiaguense João Pereira, conhecido por Tikay, comemora hoje 30 anos de carreira no teatro, sendo a sua primeira actuação oficial a 10 de Maio de 1974 no grupo Boa Esperança, em Assomada.

“Só tenho a agradecer a Deus pelo dom que me deu nesta área, os meus pais, familiares e amigos que me têm acompanhado nesta caminhada”, escreveu o actor na sua página do Facebook.

O mesmo afirmou que tem de continuar a fazer mais para que não seja esquecido, principalmente no seu concelho, Santa Catarina, tendo reconhecido que o tem dado muitas oportunidades em participar de actividades culturais.

“Tudo isso mostra que tenho, de facto, de fazer muito mais para que eu seja lembrado sempre”, escreveu, prometendo não parar de dar o seu "pequeno" contributo ao seu concelho e ao país em geral, em prol da cultura cabo-verdiana.

Em entrevista à Inforpress no âmbito das actividades comemorativas dos seus 30 anos de carreira, que vem sendo realizadas desde Fevereiro, Tikay fez uma avaliação positiva do seu percurso, justificando isso com o reconhecimento que tem recebido do público em todos os lugares por onde passa.

Recordou que oficialmente foi há 10 de Maio de 1974 no então grupo Boa Esperança que fez a primeira actuação, no Polivalente de Assomada, quando ainda criança, aos sete anos, ao ser convidado para actuar num grupo local apenas imitando estar a espantar corvos.

No final, recordou, todos parabenizaram-no pela "grande demonstração" e desde então passou a assistir mais apresentações em Assomada e o amor pelo teatro continuou até hoje.

Consagrou-se no teatro quando vivia em Portugal de 2001 a 2012, país onde emigrou em busca de uma vida melhor, como muitos cabo-verdianos.

Foi em Portugal, de 2002 a 2012, com o grupo Raiz de Cabo Verde que gravou os dois primeiros filmes, "Nha Fia" e "Pindoko" e a partir de "Rapazinho Intentado" começou a gravar em Cabo Verde.

Com o seu regresso ao país, teve receio de que quando voltasse não teria o mesmo reconhecimento, algo que não aconteceu, e pelo contrário, realçou, o reconhecimento do público só aumentou.

Actualmente além destes, o Grupo Tikai já produziu também as peças, "Kadabrada", "Pikinina", "Xipititi", "Bati Ku Liza", "Fidju Prodigu" e "Boita e Raboita des Mundo".

ET/CP

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10-05-2024 14:25

Cidade da Praia, 10 Mai (Inforpress) - O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, será distinguido com o Prémio Mérito e Excelência durante a 10ª edição da Cimeira Atlântica das Indústrias Criativas a ser realizada este sábado, 11, em Funchal, Portugal.

A escolha de Abraão Vicente, segundo explicou a organização, foi por indicação unanime do Governo Regional da Madeira da Comissão Organizadora da Mesclarte’24, assim como os nomes de Tolentino Nóbrega, João Pestana, João Carlos Abreu, Ricardo Velosa, António da Cunha Telles, Manuela Aranha e Zita Cardoso.

De acordo com a organização do evento, a premiação é um reconhecimento público, por parte da comissão organizadora e da região pelo trabalho desenvolvido pelo governante em prol da cultura e indústrias criativas atlânticas “com visão contemporânea e incisiva”, tendo as suas intervenções e acções como ministro revelado nas acções programáticas de Cabo Verde, bem como pela forma eloquente como aborda os mais diversos temas da cultura.

Abraão Vicente constitui assim, realçou, o primeiro cidadão fora da região portuguesa a receber a distinção, de um evento que tem como propósito a construção de um diálogo de comparação entre os agentes da cultura e das indústrias criativas do eixo do atlântico de língua portuguesa, nomeadamente Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique e Brasil.

O Mesclarte’24 acontece nos dias 11 e 12 de Maio, na Assembleia Legislativa Regional da Região Autónoma da Madeira.

LT/ZS

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10-05-2024 12:11

Cidade da Praia, 10 Mai (Inforpress) – O filme Pirinha da realizadora Natasha Craveiro, cuja antestreia será este sábado, na cidade da Praia, será apresentado em todos os municípios do País, visando suscitar debate “necessário” na sociedade cabo-verdiana.

A antestreia, que terá lugar no salão nobre da Assembleia Nacional, pelas 20:00, enquadra-se nas comemorações do Dia Mundial da Europa, que assinala anualmente a 09 de Maio, e tem o apoio da União Europeia em Cabo Verde e da Agência Espanhola de Cooperação Internacional e da Organização das Nações Unidas no arquipélago.

Segundo a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Carla Grijó, estão juntamente com a realizadora do filme a buscar financiamento para a disseminação do filme em Cabo Verde.

“Estamos a ver com ela e com apoio de alguns dos nossos estados membros o financiamento do programa de comunicação e disseminação do filme, porque pensamos que este filme pode ajudar a suscitar um debate que é necessário na sociedade cabo-verdiana e vamos procurar levá-lo aos 22 municípios”, informou.

Korikaxoru Films, que é a produtora do filme, avançou, em comunicado, que Pirinha traz como pano de fundo a paisagem da ilha de Santiago, falado em crioulo e embalado pela música cabo-verdiana.

A equipa é toda ela cabo-verdiana e todas as fases de produção tiveram lugar em Cabo Verde.

“Pirinha é a viagem de uma jovem mulher às masmorras do seu subconsciente para se encontrar e se libertar de traumas de infância”, lê-se no comunicado de imprensa.

O filme tem como realizadoras Natasha Craveiro e Luciény Kaabral, e como produtoras Emilia Wojciechowska e Paola Rodrigues.

Os directores de fotografia são Arilson Almeida e Vicência Delgado. O som e a música são de Oliver Oliveira e Rosy Timas. Na edição, Reginaldo Cruz, Mayra Almeida e Rony Fernandes.

TC/ZS

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09-05-2024 21:01

Tarrafal, 09 Mai (Inforpress) – Os especialistas que apresentaram o primeiro painel no simpósio internacional, que decorreu no Tarrafal, apelam aos jovens que procurem mais informações e conhecimentos acerca do Campo de Concentração.

Após a apresentação do tema “Campo concentração, colónia penal e Campo de Trabalho: conceitos de repressão e materialidades de confinamento”, Victor Barros, explicou que trouxe o tema para tentar fazer o público perceber o conceito daquilo que é uma colónia penal, daquilo que é um campo de concentração e daquilo que é um campo de trabalho e ao mesmo tempo demonstrar as técnicas de confinamento e encarceramento.

Neste sentido, defendeu que “é preciso treinar os jovens para olhar para a história com um olhar mais crítico”, reforçando que existe a necessidade de uma educação histórica para as pessoas “olharem para o passado de forma não instrumentalizada ou partidarizada, mas olhar para o passado de forma crítica”. 

“Olhar para o passado de forma crítica significa fazer um trabalho de memória, e fazer um trabalho de memória não é só recordar ou invocar datas comemorativas, ou em momentos de efemérides”, indicou, realçando que é um trabalho constante, permanente e que deve passar por um conjunto de estruturas, de recursos, de políticas patrimoniais, de políticas educativas, entre outros aspectos. 

Por seu turno, Pedro Parreira, de Portugal, apresentou o tema “Da terceira a Santiago, o jugo das prisões políticas insulares durante o Estado Novo”, ressaltando que o que fez foi falar sobre a sua realidade nos Açores e a realidade do campo de prisioneiros que houve durante o Estado Novo, na altura, em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira.

Segundo o conferencista, trouxe esta abordagem histórica como ponto de partida voltada para a memória coletiva que une Cabo Verde e une os Açores, com a memória atlântica do peso do jugo que foi feito pelo Estado Novo em relação ao cidadão comum e em relação às pessoas que foram oprimidas pela ditadura do Salazar, pela ditadura absolutista que ainda perdura nos dias de hoje.

Aos jovens, deixou um apelo para continuarem a luta, sublinhando que “o ódio não pode sair vencedor”, sendo assim necessário continuar a lutar para um futuro em colaboração, para um caminho conjunto, para a liberdade de todos os povos, para a emancipação de todas as pessoas, para que o futuro seja feito de liberdade, de amor, e que nunca mais haja Tarrafal, fascismo e opressão

Já a Nélida Brito, falou de “Vidas e experiências concentracionárias”, onde segundo a mesma tentou mostrar as formas que os presos utilizaram para conseguirem resistir a este campo, relembrando que houve duas fases. A primeira fase foi de 18 anos e a segunda fase 12 anos.

Neste sentido, afirmou que houve 30 anos de Campo de Concentração, embora que cada um numa fase, onde primeiro foram os portugueses e depois a segunda fase onde estiveram cabo-verdianos, guineenses e angolanos, ressaltando que as formas de lutas e resistências foram diferentes nessas duas fases.

Para melhor se informarem, pede aos jovens que leiam sobre estes assuntos relacionados com a história do Campo e não só, mas que também esses assuntos podem ser incluídos nos manuais, defendendo a necessidade de pelo menos a partir dos 10, 12 anos, se começar a ter contacto com estes conteúdos e tentar perceber.

Para o período da tarde, o simpósio internacional debruçou sobre as “Memórias e espaços de vida: testemunhos de ex-presos e /ou familiares”.

O simpósio continua esta sexta-feira, com mais dois painéis “Actos de resistências no Campo de Concentração e a figura de Amílcar Cabral e Diálogos entre o Museu de Resistência e Liberdade – Fortaleza de Peniche e o Museu do Campo de Concentração do Tarrafal”.

No período de tarde será lançado o livro “Campo de Trabalho de Txon Bom (1961- 1974) – Tarrafal de Santiago – Cabo Verde”, da autora Nélida Maria Freire Brito e para finalizar, o Campo de Concentração de Tarrafal de Santiago recebe o Festival de Resistência – Do Eco à Música que contará com artistas dos diferentes “países irmãos”: Batchart, Fattú Djakitté, Yacine Rosa, Princezito e Batucadeiras, Susete e Venancinho, Tabanca e Ary Kueka.

MC/CP

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09-05-2024 19:53

Tarrafal, 09 Mai (Inforpress) - O director regional da Unesco em Dakar defendeu hoje que a aposta na educação é um meio para fazer com que as próximas gerações tenham respeito uns pelos outros e evitar situações como as do Campo de Concentração.

Na cerimónia de abertura do simpósio internacional “Memórias e Diálogos de Resistência em Tarrafal de Santiago”, realizada no Campo de Concentração, no município do Tarrafal, Dimitri Songa relembrou que a directora-geral da Unesco tem feito sempre discursos no âmbito da aposta na educação.

Aliás, referiu que no Ruanda, durante a comemoração do 30º aniversário do genocídio contra os tutsis, Audrey Azoulay lembrou a todos da “importância da educação como meio para que os estudantes se tornem cidadãos de amanhã, com respeito pelos outros, pelo diálogo, pela empatia”.

E, é neste sentido, que segundo o director regional, a Unesco está a mobilizar para que os jovens, seja em termos de educação midiática e informacional, possam reconhecer os sinais de ódio e lhes oferecer os meios para resistir.

Daí, falando sobre o Campo de Concentração e as actividades que estão a ser realizadas no âmbito das comemorações dos 50 anos da libertação dos presos políticos, considerou que “é importante recordar estas páginas mais sombrias da história e, acima de tudo, estar vigilantes e garantir que nunca mais se repitam”.

E, este trabalho de transmissão, ressaltou que só é possível através da educação, da construção de memórias, da criação de museus e o valor do Campo de Concentração, segundo o mesmo, para a Unesco reside no seu potencial para proporcionar educação preventiva. Uma contribuição tem a ver com a “sua capacidade de promover situações futuras e promover a reconciliação e a paz duradoura”.

Dimitri Songa defendeu, assim, a importância de transmitir memória e testemunhos, realçando que é sobretudo através destes testemunhos, das colecções de memórias que se pode realmente medir o grau de sofrimento que as vítimas deste campo viveram.

“Para nós, na Unesco, este local representa esperança e resiliência, e acima de tudo, o triunfo do espírito humano, da liberdade e da intolerância, do ódio aos outros e das ideologias radicais”, finalizou Dimitri Songa.

MC/CP

Inforpress/Fim

09-05-2024 17:43

Tarrafal, 09 Mai (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, considerou hoje que Tarrafal é “um traço de DNA que herdamos à nascença dos nossos pais da qual não podemos nos livrar”.

O governante fez esta comparação no seu discurso de abertura do Simpósio Internacional “Memórias e Diálogos de Resistência em Tarrafal de Santiago”, que decorre hoje e sexta-feira, 10, no Campo de Concentração, no município do Tarrafal, realçando que caso fosse escolha, “Cabo Verde não aceitaria Tarrafal no seu território como parte de herança histórica”.

Igualmente, o ministro ressaltou que se Cabo Verde tivesse o poder de escolha não aceitaria Tarrafal em nenhuma outra das outras colónias, sublinhando que o momento não é de celebração as atrocidades, nem aquilo que representa Tarrafal na história comum dos povos da CPLP.

“Mas sim”, continuou, “para não esquecer, um tributo à memória, aos que pereceram no local, à independência, liberdade e democracia, liberdade de expressão de sentimento e cidadania”.

Relembrou que é um traço herdado, mas que é partilhado com Angola, Guiné-Bissau e Portugal, ressaltando que Portugal honra a sua história ao fazer este tributo, posicionando-se lado a lado com Cabo Verde nesta jornada e caminhada histórica.

Nesta cerimónia, também esteve presente o vereador, Arnaldo Andrade, em representação à Câmara Municipal do Tarrafal, que enalteceu o conjunto de iniciativas que decorrem no município no âmbito das comemorações dos 50 anos da libertação dos presos políticos no Campo de Concentração do Tarrafal.

Segundo o vereador, o poder local tem acompanhado a notoriedade e visibilidade que o Campo de Concentração dá ao Tarrafal, relativamente ao número de visitas turísticas que tem aumentado ano após ano, ressaltando que Tarrafal é o sítio histórico “mais visitado” de Cabo Verde.

Reconheceu igualmente o trabalho de valorização que está a ser feito no local, considerando que contribuirá certamente para o aumento do espólio existente e aumentará as condições no local, para que seja cada vez mais visitado e tenha maior atracção.

Arnaldo Andrade referiu-se ainda às expectativas da câmara quanto a candidatura do Campo de Concentração a Património Mundial, cuja candidatura foi formalizada pelo Governo junto da Unesco no passado dia 25 de Abril, sublinhando que este Simpósio possui um papel “particularmente importante” para este processo, mas também para aprender as lições do passado, deixando o compromisso de que a autarquia quer ser participante activo no processo.

MC/AA

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09-05-2024 14:23

Lisboa, 09 Mai (Inforpress) – O autor de “Crónica das Ilhas: Ambição 2023”, José Luís Mascarenhas Monteiro, disse que o livro a ser hoje apresentado, em Lisboa, tem 30 crónicas escritas e áudio originalmente transmitidas na RCV ao longo de nove meses.

Em declarações à Inforpress no dia do lançamento da obra, que tem a chancela da Rosa de Porcelana Editora e que acontece no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, onde estudou José Luís Mascarenhas Monteiro, explicou que as crónicas estão organizadas em três partes distintas, abordando uma variedade de temas.

“A primeira parte eu a intitulei de ‘Desafios Globais’, que tem dez crónicas sobre temas diversos, nomeadamente população e desenvolvimento, consensos de longo prazo, democracia, boa governação, um conjunto de temas candentes no mundo globalizado. Depois a segunda parte, dez crónicas, intitulei de ‘Soluções Locais’, o que Cabo Verde pode fazer localmente para fazer face a esses desafios globais”, indicou.

Por fim, a terceira parte, “Grande Tour pelas Ilhas”, em que o autor leva os ouvintes e leitores a uma viagem de Santo Antão à Brava, explorando a descoberta, povoamento, desafios e potencialidades de cada ilha em um mundo globalizado.

A obra, conforme o autor, é enriquecida com “parcerias importantes”, incluindo colaborações com artistas como Nela Barbosa, cujos quadros foram apresentados na Assembleia Nacional e incorporados no audiolivro, além de contar com um prefácio do Presidente da República, José Maria Neves.

“Este audiolivro é uma homenagem a Cabo Verde, então começo sempre cada crónica no global e acabo no local. Tanto a cada tema, como é que acontece no mundo lá fora e como é que acontece em Cabo Verde, qual é a minha visão sobre essa realidade em Cabo Verde. Então eu gostaria que de facto os cabo-verdianos de todas as gerações tivessem acesso ao livro e procurassem de uma forma crítica analisar o conteúdo do livro”, perspectivou.

Assim, o livro começa a sua apresentação hoje em Portugal, depois passa por Santa Catarina, interior da ilha de Santiago, no dia 16 de Maio, na Universidade de Santiago, posteriormente, no Dia da África, 25 de Maio, será lançado na cidade da Praia, no dia 26 de Junho, na Cidade Velha que faz 15 anos como Património Mundial da Humanidade e depois o livro volta à Europa no dia 05 de Julho, em Roterdão, Países Baixos.

De acordo com José Luís Mascarenhas Monteiro, as crónicas passaram na Rádio de Cabo Verde (RCV), durante nove meses, ou seja, de Fevereiro até Setembro de 2022, semanalmente, sendo que a componente escrita do audiolivro está disponível no YouTube, num canal.

José Luís Mascarenhas Monteiro tem a sua origem em Santa Catarina, interior da ilha de Santiago (Tomba Touro), nasceu na cidade da Praia, onde fez os estudos primários, para depois, em Portugal, fazer os estudos secundários, tendo licenciatura e mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional no ISEG.

Em 2023, conclui o seu doutoramento em Development Studies na mesma instituição e é sócio fundador da Universidade de Santiago (US), onde já exerceu vários cargos e é professor convidado desde 2008 nesta instituição de ensino, sendo que desde 2022, José Luís Mascarenhas Monteiro é consultor do Governo de Cabo Verde e do Banco Mundial.

 

DR/ZS

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08-05-2024 18:31

Mindelo, 08 Mai (Inforpress) - O compositor e instrumentista cabo-verdiano Manuel de Candinho vai estar em concerto Jazz Verde – DUO acompanhado de Palinh Vieira, no sábado, no Centro Cultural do Mindelo, São Vicente.

Esta informação foi avançada em nota pelo Centro Cultural do Mindelo (CCM), que informou que o concerto se insere nas programações do mês de Maio.

Conforme lembrou a mesma fonte, Manuel dos Santos Fernandes Pereira, conhecido por Manel di Candinho, é natural de São Domingos e destaca-se como instrumentista, arranjador, produtor musical e compositor.

O instrumentista, acrescentou, viveu por quase 30 anos na Holanda antes de regressar a Cabo Verde. A sua carreira musical foi iniciada em 1978, num agrupamento animador de bailes populares locais. Ainda muito jovem, começou a escrever as primeiras composições, versando a vida social da época no seu País e algum romantismo.

O CCM referiu ainda que com a emigração para Portugal, em 1982, Manel di Candinho encetou a profissionalização na música, altura em que “a sua perícia com a guitarra era já reconhecida, ao ponto de ser considerado um dos principais guitarristas da música cabo-verdiana”.

“Com várias digressões pelos principais palcos de world music do mundo, teve oportunidade de acompanhar gente célebre e actuar a título próprio, vindo a coordenar artisticamente alguns trabalhos de Bana, Celina Pereira, Ildo Lobo, Djosinha, Titina, Jorge Sousa, Cesária Évora e Gardénia, entre muitos outros”, lê-se na nota que acrescenta ainda que, além do trabalho de produção, Manuel de Candinho é também requisitado regularmente como compositor tendo participado algumas dezenas em discos de outros artistas.

CD/CP

Inforpress/Fim

08-05-2024 17:40

Tarrafal, 08 Mai (Inforpress) - O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que o auditório e a biblioteca com títulos proibidos, inaugurados hoje, no ex-campo de concentração do Tarrafal (Santiago), vão valorizar, revitalizar e a dar sentido de história ao espaço.

“Nós prometemos reabilitar o ex-campo de concentração do Tarrafal e temos estado a cumprir. Esta [inauguração] é mais uma acção que vai nesse sentido de valorizar, revitalizar e dar sentido de história ao ex-campo de concentração do Tarrafal”, declarou Ulisses Correia e Silva, no seu discurso de ocasião.

O Auditório do Campo de Concentração do Tarrafal, segundo ele, vai servir como uma infra-estrutura de apoio e a biblioteca que disponibiliza 30 livros anteriormente proibidos como espaço de investigação e conhecimento da história, e ainda para actividades de natureza cultural e entre outras.

Ou seja, continuou, o Governo quer com estes investimentos fazer com que o também Museu da Resistência se torne “num espaço de memória viva”, como pessoas, com actividades e eventos”.

Os dois projectos contaram com uma “parceria forte” do governo português, através do Instituto Camões, uma parceria que, segundo Ulisses Correia e Silva, Cabo Verde quer reforçar rumo ao projecto e ambição de transformar o ex-campo de concentração como património da humanidade.

Por sua vez, o vereador da Turismo e Cooperação, Arnaldo Andrade, em representação do presidente da Câmara Municipal do Tarrafal, José dos Reis, agradeceu o Governo por estes investimentos, que considerou “muito importante” para vida e para futuro do ex-Campo de Concentração e seu impacto na vida do município.

No entanto, de entre os dois projectos, ora inaugurados, destacou a biblioteca de títulos proibidos, que segundo ele, transforma o campo num sítio de actividades de pesquisa e de trabalho para as comunidades jovens, para os liceus e para toda a gente que precisa transmitir e retransmitir esta história.

Na ocasião, o autarca, que lembrou que este sítio histórico é o mais visitado em Cabo Verde, disse acreditar que com estes dois espaços, ora inaugurados, o ex-campo de concentração do Tarrafal vai tornar ainda mais visitado, com maior poder de atração para Tarrafal, dos visitantes e dos turistas.

Interveio ainda no acto, o embaixador de Portugal em Cabo Verde, Paulo Lourenço, que disse que o campo do Tarrafal passa a disponibilizar de um espaço de fruição, reflexão e debates, onde as histórias dos que ali sofreram podem ser contadas e preservadas para as gerações futuras.

Ou seja, ajuntou o ex-campo de concentração do Tarrafal ganhou “um espaço de encontro para todos os cidadãos comprometidos com a defesa dos direitos humanos e da liberdade”.

As duas inaugurações enquadram-se no âmbito das celebrações dos 50 anos do 25 de abril e dos 50 anos do encerramento do Campo de Concentração de Tarrafal.

Paralelamente, decorre uma feira do livro e uma exposição permanente “Tarrafal, da repressão à liberdade”, que foram visitadas pelo primeiro-ministro, na companhia do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, do embaixador de Portugal em Cabo Verde e do autarca tarrafalense.

Ainda no âmbito da mesma iniciativa, o ex-Campo de Concentração do Tarrafal acolhe, esta quinta-feira e durante dois dias, o Simpósio Internacional “Memórias e Diálogos de Resistência do Tarrafal de Santiago”, cuja abertura vai ser presidida pelo ministro Abraão Vicente.

Já no dia 10, além da continuação do simpósio, consta da programação o lançamento do livro “Campo de Trabalho de Txon Bom (1961- 1974) – Tarrafal de Santiago – Cabo Verde”, da autoria da Nélida Maria Freire Brito.

As comemorações culminam com o “Festival de Resistência – Do Eco à Música” que contará com actuação de artistas como Batchart, Fattú Djakitté, Yacine Rosa, Princezito e Batucadeiras, Susete e Venancinho, Tabanca e Ary Kueka.

 

FM/CP

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08-05-2024 17:19

Cidade da Praia, 08 Mai (Inforpress) - O artista cabo-verdiano Djam Neguin e a bailarina espanhola Inés Sybille Vooduness realizam de 10 a 15 deste mês, uma oficina gratuita no Auditório Nacional Jorge Barbosa, na Praia, através da Embaixada de Espanha em Cabo Verde.

Segundo explicou Djam Neguin, a oficina, que será realizada das 17:30 às 20:00, é dirigida aos bailarinos, preferencialmente com práticas urbanas, e tem por objectivo a criação de uma performance a ser apresentada ao público no próximo dia 16.

Conforme esclareceu, o laboratório conduzido pela bailarina Inés Sybille Vooduness tem como ponto de partida a transcrição de símbolos vodu do Haiti para uma técnica de gesto, movimento, presença e deslocamento.

Esta metodologia de composição própria, avançou, propõe uma forma alternativa de acessar a memória corporal e o campo coreográfico dos dançarinos, aquilo que já está em seus corpos.

Em contrapartida, já o laboratório conduzido pelo artista Djam Neguin explora o poder ritualístico e transmutacional das máscaras africanas, para construção de corporeidades múltiplas, a partir do poder espiritual das máscaras.

LT/CP

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08-05-2024 14:58

Mindelo, 08 Mai (Inforpress) – O grupo Acácia Maior apresenta na sexta-feira, 10, um espectáculo no Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD) que está inserido num ciclo de concertos que deverá percorrer as nove ilhas habitadas do país.

Conforme informações do CNAD, este ciclo de concertos, denominado “Acácia na Terra, uma aventura Maior”, acontece na sequência de Henrique Silva e Luís Firmino, fundadores do projecto, em Portugal, terem lançado, em 2023, o álbum de estreia “Cimbron Celeste” e de sentirem a necessidade de “levar a sua árvore musical à terra natal” que lhes possibilita “tantas inspirações”.

Os eventos, segundo a mesma fonte, são apresentados em formato intimista, nos quais os dois músicos contam ter, em cada concerto, vozes convidadas para darem “corpo e alma” às canções do disco, mas também para reinterpretações de músicas do cancioneiro cabo-verdiano que “tanto lhes influenciam nas suas criações”.

“O objectivo deste projecto é levar o concerto a cada uma das nove ilhas habitadas de Cabo Verde e, em cada ilha, ter pelo menos um artista local como convidado”, revelou o CNAD.

No caso do Mindelo, o concerto terá como convidados Armando Soares e Débora Melício.

O primeiro do concerto deste ciclo foi apresentado em Março, na cidade da Praia.

LN/AA

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08-05-2024 13:55

São Filipe, 08 Mai (Inforpress) - O artista MC Acondize actua na próxima sexta-feira, 10 de Maio, e pela primeira vez nas festas de São Filipe, na comunidade de Sumbango, no município dos Mosteiros.

O festeiro de São Filipe, o emigrante nos Estados Unidos Casimiro Monteiro, avançou à Inforpress que o artista vai actuar no baile de sexta-feira, mas anunciou actuação de outros artistas, grupos e DJ para três noites de baile no quadro das festividades.

Vávu e banda, grupo de Mosteiros Trás, Dimas, Wilson Almeida, Rubem Teixeira, Jonathan e Taylor constam do cartaz das festividades além de MC Acondize, mas também com participação de um grupo de DJ.

A festa de São Filipe, padroeira da comunidade de Sumbango, iniciou no passado dia 31 de Março com o pilão para a preparação do milho para o almoço e, regra geral, termina a 11 de Maio, mas este ano será prolongado até 12 de Maio.

Para quinta-feira está programado um jantar de gala para emigrantes e que deverá contar com uma média de 50 a 60 emigrantes a ter lugar no restaurante Vip de Terra em Queimada Guincho e, na sexta-feira, jantar popular, canizade, baile popular e fogo de artifício.

No sábado e a anteceder à missa, que vai ser celebrada na capela de Sumbango, está prevista, logo após o café da manhã, uma subida à Cruz de São Filipe, situada no Monte Sumbango, e após a missa o almoço para os convidados.

A festa de São Filipe de Sumbango, segundo o festeiro Casimiro Monteiro era celebrada na mesma data em que se celebrava as festas de São Filipe na cidade com o mesmo nome, no dia 01 de Maio.

Com é de menor dimensão foi baptizado de “Sanfilipim” (São Filipe pequeno) e para evitar a coincidência da data da celebração optou-se para festejá-la a 11 de Maio.

Segundo o festeiro, este ano começou a sua celebração nos Estados Unidos com realização do pilão para mobilização de fundos para suportar a vinda de artistas, sublinhando que a festa deste ano conta com algum patrocínio dos emigrantes.

Já no dia 13 de Maio será a vez da localidade vizinha de Fajãzinha celebrar as festas da sua santa padroeira Nossa Senhora de Fátima com um conjunto de actividades desportivas, culturais e recreativas, nomeadamente prova de atletismo nas categorias de kids e seniores masculino e feminino.

JR/CP

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08-05-2024 8:51

Lisboa, 08 Mai (Inforpress) – O investigador Augusto Nascimento destacou, em Lisboa, o “papel crucial” da obra “A Imprensa Cabo-verdiana - 1820-1975” no entendimento da história de Cabo Verde, por analisar minuciosamente o papel da imprensa na formação da identidade nacional.

A afirmação foi feita à Inforpress no final da apresentação do livro “A Imprensa Cabo-verdiana - 1820-1975”, de João Nobre de Oliveira, a título póstumo, em que Augusto Nascimento e o escritor cabo-verdiano Germano Almeida foram os apresentadores no evento que aconteceu no Centro Cultural Cabo Verde (CCCV), na noite desta terça-feira, 07.

Conforme ele, a obra é um levantamento “exaustivo” da imprensa cabo-verdiana, sem esquecer a importância que a imprensa teve no “despertar das consciências”, já que a leitura e a escrita foram “a forja dos líderes independentistas”.

“A consciencialização política, a consciência do eu, passa em muitos casos pelo ato da leitura. E desse ponto de vista, a imprensa era absolutamente crucial, até porque em torno dos jornais se delineavam as perspectivas políticas em relação à Cabo Verde, como sucede em muitas outras partes do mundo”, considerou.

No entender de Augusto Nascimento, a obra oferece uma visão panorâmica da história da imprensa cabo-verdiana, desde o século XIX até o terceiro quartel do século XX, sendo que um dos aspectos mais destacados são os inventários dos jornais, resumos, enquadramentos explicativos e biografias, fornecendo um “rico material para quem deseja estudar e aprofundar seu conhecimento sobre a história do país”.

“Não há hipótese nenhuma de passar ao lado da história contemporânea de Cabo Verde se não se consultar esta obra”, afirmou o apresentador, ressaltando que, embora focada na imprensa, o livro abrange toda a vivência em Cabo Verde durante o período mencionado, fornecendo uma compreensão abrangente e detalhada da história do arquipélago.

Por sua vez, a representante e sócia da Ilhéu Editora, Mindelo, que tem a chancela da obra, Ana Cordeiro, partilhou os desafios enfrentados ao longo dos anos para concluir este projecto que teve início nos anos de 1990 e culminou com o lançamento da segunda edição.

A mesma fonte revelou uma série de percalços que marcaram o percurso da obra, desde uma inundação que danificou os materiais de pesquisa, até contratempos tecnológicos que resultaram na perda de “dados importantes”.

Além disso, ressaltou a importância do apoio financeiro para viabilizar a publicação, agradecendo especialmente à Presidência da República de Cabo Verde por tornar possível a edição do livro, frisando que embora o autor não esteja vivo para testemunhar, seu “legado meticuloso e cuidadoso permanece vivo em cada página”.

Ana Cordeiro, sustentou que a obra vai além da análise jornalística e política, porque abrange também a “rica tradição literária”, em que o autor meticulosamente inventariou os escritores cabo-verdianos mais importantes, fornecendo uma biografia e bibliografia completas que são essenciais para compreender tanto a história literária quanto política do país.

“A Imprensa Cabo-verdiana - 1820-1975” é a 2ª edição revista e ampliada pelo autor, João Manuel Nobre de Oliveira, que nasceu em 1955, no Paul, Santo Antão, e faleceu em Macau, em 2018.

O autor fez os estudos primários na vila da Assomada, ilha de Santiago, depois frequentou o Liceu Camões de Lisboa e regressou a Mindelo onde concluiu, no Liceu Gil Eanes, o ensino secundário e licenciou-se em História pela Universidade Clássica de Lisboa, tendo sido professor do ensino secundário em Portugal e, em 1995, foi para Macau como técnico superior dos Serviços de Educação.

Com colaboração dispersa por vários periódicos de Cabo Verde e Macau, em 1998, publicou “A Imprensa Cabo-Verdiana (1820-1975)”, edição conjunta da Fundação Macau e da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude.

DR/AA

Inforpress/Fim

07-05-2024 21:13
07-05-2024 18:42
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