Cimeira de Conformidade da África Ocidental apela ao reforço da comunicação de operações suspeitas

Inicio | Cooperação
Cimeira de Conformidade da África Ocidental apela ao reforço da comunicação de operações suspeitas
31/07/25 - 01:08 pm

Cidade da Praia, 31 Jul (Inforpress) – A 12.ª sessão da Cimeira de Conformidade da África Ocidental terminou hoje, na Praia, com um “apelo firme” ao reforço da comunicação eficaz de operações suspeitas pelas UIF e instituições financeiras e não financeiras dos Estados-Membros da região.

Sob o lema “Comunicação de operações suspeitas – Abordagem das práticas defensivas de comunicação”, a cimeira sublinhou a importância de uma comunicação mais eficiente por parte das Unidades de Informação Financeira (UIF), que são os órgãos nacionais especializados no combate ao branqueamento de capitais (lavagem de dinheiro) e ao financiamento do terrorismo.

O evento contou com intervenções de alto nível, incluindo as de Ibrahim Baba Mohammed, chefe do Departamento de Governança, Riscos e Coordenação da UTE de Visibilidade, e de Phillip Odoom, director de Conformidade e AMLRO do United Bank for Africa (Gana).

Durante o painel, os especialistas abordaram os desafios operacionais e legais enfrentados pelas UIF na detecção e comunicação de operações suspeitas, alertando para os riscos das chamadas “práticas defensivas” que, muitas vezes, comprometem a eficácia do sistema regional de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

Ibrahim Baba Mohammed advertiu que “as Unidades de Informação Financeira precisam ultrapassar a mentalidade de ‘comunicar para se proteger”. 

Salientou que a comunicação de operações suspeitas deve ser orientada por uma análise fundamentada de risco, e não apenas pelo receio de sanções ou inspeções”. Para o responsável, “relatórios defensivos não significam conformidade, significam medo institucional”.

Phillip Odoom, por sua vez, destacou que nas instituições financeiras, há ainda um “receio generalizado. (…) ‘Se eu não reportar, posso ser penalizado’. Isso leva a uma avalanche de relatórios sem substância, o que é contraproducente”. 

Apontou ainda a necessidade de investimento em formação contínua e colaboração estreita com as UIF para garantir “relatórios úteis, contextuais e accionáveis”.

O evento teve como principal objectivo refletctir sobre os riscos emergentes no ecossistema global de conformidade, as recentes alterações às normas do GAFI (Grupo de Acção Financeira Internacional) e a preparação do sector privado para a terceira ronda de avaliações mútuas do GIABA.

Além disso, a cimeira serviu de plataforma para a partilha de experiências e boas práticas, com destaque para os constrangimentos enfrentados na implementação de medidas preventivas LBC/FT/FP (Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e da Proliferação).

No encerramento, ambos os peritos destacaram a urgência de reforçar a integridade e a estabilidade do setor financeiro na região, com foco especial nos dez Estados em transição.

KA/SR//CP
Inforpress/Fim

Partilhar