ACOPESC defende reforço da frota nacional e políticas específicas de financiamento para o sector das pescas

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ACOPESC defende reforço da frota nacional e políticas específicas de financiamento para o sector das pescas
11/10/25 - 03:00 am

Cidade da Praia, 11 Out (Inforpress)- O presidente da Associação dos Armadores de Pesca (ACOPESC), defendeu que é necessário reforçar a capacidade operacional da frota nacional como prioridade estratégica para garantir maior autonomia e aproveitamento sustentável dos recursos pesqueiros do país.

Durante a sua intervenção no painel “Futuros Costeiros: Governança Responsável e Inclusiva para a Pesca Marinha Sustentável – Conhecimento, Transparência, Participação e Inovação com e para Todos”, no âmbito da IV Conferência da Década do Oceano, realizada na ilha do Fogo, Suzano Vicente destacou que os armadores nacionais só conseguem capturar cerca de 25% do seu potencial pesqueiro.

Segundo explicou, os restantes 75% ficam nas mãos de embarcações estrangeiras, devido à incapacidade técnica e estrutural da frota nacional.

“O potencial do país, está estimado em 40 mil toneladas, destas 40 mil toneladas, nós só conseguimos capturar 10 mil toneladas, ou seja, 25% e os 75% ficam portanto para as embarcações estrangeiras, porque nós não temos essa capacidade”, precisou, defendendo como prioridade estratégica o reforço da capacidade operacional da frota nacional.

Explicou que as embarcações nacionais são pequenas, sem capacidade de congelação e sem equipamentos adequados para detectar cardumes, e que perante as alterações climáticas, essa limitação torna-se ainda mais grave.

Suzano Vicente defendeu ainda a criação de linhas de financiamento específicas e em condições especiais para o sector, que considera essencial para a segurança alimentar e a economia nacional. 

“O sector das pescas enfrenta muitos riscos, o que dificulta o acesso ao crédito. Por isso, é fundamental que o Governo implemente políticas que garantam financiamento direcionado aos armadores nacionais”, sublinhou.

O presidente da ACOPESC afirmou que é essencial dotar as embarcações de tecnologias modernas, como sistemas via satélite para monitorização da temperatura da água e localização de cardumes, bem como sistemas de frio que assegurem a autonomia no alto mar.

Sublinhou também a importância de o país reforçar a sua soberania marítima, lembrando que, embora Cabo Verde possa autorizar a presença de embarcações estrangeiras, deve assegurar a exploração directa e sustentável dos seus próprios recursos.

Para além da componente económica, Suzano Vicente salientou a relevância social e educativa da pesca, defendendo a introdução da literacia marítima nas escolas.

No seu entender, é fundamental que as novas gerações compreendam a importância do mar e do sector das pescas para o desenvolvimento nacional.

 AV/JMV

Inforpress/Fim

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