Parlamento: MpD defende reconstrução resiliente e melhor ordenamento urbano após tragédia em São Vicente

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Parlamento: MpD defende reconstrução resiliente e melhor ordenamento urbano após tragédia em São Vicente
09/10/25 - 01:15 pm

Cidade da Praia, 09 Out (Inforpress) – O Movimento para a Democracia defendeu hoje que a reconstrução de São Vicente após a tempestade Erin deve marcar um ponto de viragem para corrigir fragilidades no ordenamento urbano e reforçar a resiliência das infra-estruturas face às mudanças climáticas.

Em declaração política sobre o impacto da tempestade de Agosto, o deputado João Gomes sublinhou que "reconstruir não é apenas levantar paredes ou repor estradas, é aprender com erros do passado e fazer diferente", alertando que as zonas mais afectadas coincidiam com áreas de ocupação desordenada e habitações precárias.

“O que aconteceu em São Vicente não é apenas resultado da força da natureza, mas também da fragilidade das nossas infra-estruturas e da vulnerabilidade do ordenamento urbano”, afirmou, defendendo uma “mudança estrutural na forma como o país planeia as suas cidades e protege as populações”.

O parlamentar do MpD destacou que o Governo já anunciou um plano de reconstrução de cerca de quatro milhões de contos para as ilhas afectadas pela tempestade Erin, dos quais 3,8 milhões de contos serão aplicados em São Vicente, com foco em requalificação de zonas de risco, drenagem urbana, habitação segura e fortalecimento das infraestruturas públicas.

Segundo João Gomes, o objectivo é garantir que “cada casa reconstruída seja mais forte, cada rua mais segura e cada escola ou hospital preparado para o futuro”, colocando a resiliência como eixo central do desenvolvimento nacional.

Apesar da destruição provocada pela tempestade, o deputado destacou a “resposta exemplar” das autoridades e da sociedade civil, que actuaram “com rapidez e solidariedade notável” nas operações de socorro, assistência e reconstrução inicial.

“São Vicente chorou, mas também mostrou a sua força e união. Em poucas semanas, a ilha começou a reencontrar o seu rumo, com famílias realojadas, actividades retomadas e esperança renovada”, referiu.

João Gomes lembrou ainda que o Governo e a Câmara Municipal de São Vicente implementaram apoios financeiros, rendimentos de emergência e linhas de crédito bonificadas, beneficiando já centenas de famílias e pequenos empreendedores, num esforço que ultrapassa 195 milhões de escudos em apoios directos e indirectos.

Para o deputado do partido no poder, o momento é de reflexão e compromisso colectivo, frisando que “não se pode permitir que vidas cabo-verdianas sejam novamente colocadas em risco por falta de planeamento, prevenção ou coragem política, apelando à união nacional e à cooperação internacional para transformar a dor em oportunidade.

O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - oposição), através do deputado João do Carmo, em reação à declaração política do MpD, acusou as autoridades de inércia total, lentidão na distribuição de apoios, desorganização na distribuição de apoios face a situação da ilha após a tempestade.

O PAICV, prosseguiu, propõe um conjunto de acções a serem desenvolvidas visando acelerar o processo da reconstrução digna e que responda às reais necessidades das pessoas, colocando-se à disposição para dar o contributo na reconstrução da ilha.

Por seu turno, o deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) António Monteiro criticou a falta de informação por parte das autoridades competentes sobre a previsão da tempestade Erin que afectaria a ilha.

“A câmara municipal agiu tardiamente, o Governo agiu tardiamente e não é porque as coisas estão a começar a resolver de forma paulatina que vamos dizer que o Governo está a agir, não! As decisões foram tomadas todas tardiamente”, declarou.

CM/CP

Inforpress/Fim

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