Trump ameaça Moscovo com “consequências muito sérias” se não puser fim à guerra

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Trump ameaça Moscovo com “consequências muito sérias” se não puser fim à guerra
13/08/25 - 06:42 pm

Washington, 13 Ago (Inforpress) – O Presidente norte-americano disse hoje que pretende reunir-se “rapidamente” com os homólogos russo e ucraniano, logo após a cimeira de sexta-feira com Vladimir Putin no Alasca, mas ameaçou Moscovo com “consequências muito sérias” se não puser fim à guerra.

Numa conferência de imprensa em Washington, em que deu conta das conversações hoje mantidas com vários líderes europeus e com o chefe de Estado ucraniano, Donald Trump sublinhou o desejo de se reunir com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky “quase imediatamente depois” da cimeira de Anchorage.

“Algumas coisas grandiosas podem ser alcançadas na primeira reunião, será uma reunião muito importante, mas tem de se preparar o terreno para uma segunda reunião", disse Trump, indicando ainda que teve uma “conversa muito positiva” com os vários líderes europeus e com os representantes da União Europeia (UE) e da NATO.

As conversações de hoje, nas vésperas da cimeira Trump-Putin, foram promovidas pela Alemanha.

Em relação a Moscovo, Trump não referiu quais as “consequências muito sérias” que a Rússia sofrerá se não puser termo à invasão da Ucrânia.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou que a reunião virtual que líderes europeus e Zelensky mantiveram hoje com Trump sobre a guerra na Ucrânia foi “construtiva”.

 

Segundo o chefe do Governo alemão, que promoveu as conversações de hoje, a Ucrânia – país invadido pela vizinha Rússia a 24 de fevereiro de 2022 e onde desde então decorre uma guerra – “deve estar à mesa” das negociações, após a cimeira entre Trump e Putin, agendada para sexta-feira numa base militar em Anchorage, no Estado norte-americano do Alasca.

Ladeado por Zelensky, e em declarações à imprensa em Berlim após as conversações, Merz defendeu também que as negociações devem decorrer na ordem correta, a começar por um cessar-fogo, e afirmou que poderão ser tomadas “decisões importantes” em Anchorage, salientando, contudo, que “os interesses fundamentais da segurança europeia e ucraniana devem ser protegidos” na reunião. 

“O Presidente Trump sabe que pode contar connosco para uma paz que tenha em conta os interesses europeus e ucranianos”, declarou o chanceler alemão, no final da reunião da chamada liga dos voluntários (Alemanha, França, Reino Unido e União Europeia) com Trump.

Merz sublinhou também que do Alasca pode sair algo de positivo, mas advertiu de que, se a parte russa se mantiver inamovível, a pressão sobre Moscovo deve ser aumentada.

“Se não houver uma ação por parte da Rússia no Alasca, a Europa e os Estados Unidos terão de aumentar a pressão”, sustentou.

Segundo Merz, houve acordo entre Trump e os europeus em praticamente todos os pontos e metas a atingir.

“Foram debatidos com o Presidente Trump todos os aspetos da posição europeia, e ele pode contar com o nosso apoio”, salientou.

O chanceler alemão defendeu também que, embora Kiev esteja disposta a discutir questões territoriais, a base deve ser a atual linha de contacto e que “deve ser mantido o princípio de que as fronteiras não podem ser alteradas pela força”.

Por seu lado, Zelensky afirmou esperar que a reunião de sexta-feira no Alasca leve a um cessar-fogo imediato no conflito, pois é esse o tema central da cimeira, em que não participará, e defendeu que devem ser reforçadas sanções contra a Rússia se tal não acontecer.

“As sanções ajudam muito e afetam a indústria russa”, disse Zelensky, que lembrou as diferenças de capacidade militar entre os lados que lutam na frente, mas também destacou a eficácia das Forças Armadas da Ucrânia nas suas tarefas de defesa.

O Presidente ucraniano agradeceu os esforços europeus na coordenação de posições e defendeu que Putin “não vai conseguir enganar ninguém”.

“Precisamos de pressão para alcançar a paz", disse, antes de se referir à Constituição do seu país como um documento essencial para compreender a posição ucraniana face à agressão russa.

"Temos uma Constituição. É o nosso fundamento. E a Constituição não mudou e eu não posso mudar a Constituição. Eu sou o garante da Constituição", acrescentou Zelensky.

Ainda nas conversas com os aliados europeus e com Trump, Zelensky afirmou que Putin “está a fazer ‘bluff’” antes da cimeira no Alasca.

“Está a tentar pressionar (…) todos os setores da frente ucraniana” numa tentativa de mostrar que a Rússia é “capaz de ocupar toda a Ucrânia”, disse.

Para o governante ucraniano, Putin também está a fazer ‘bluff’ sobre as sanções.

“Como se elas não fossem importantes para ele e fossem ineficazes. Na realidade, as sanções são muito úteis e estão a afetar fortemente a economia de guerra da Rússia”, frisou Zelensky. 

Inforpress/Lusa/Fim

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