
*** Por Letícia Neves, da Agência Inforpress ***
Mindelo, 13 Set (Inforpress) – A três dias do início das aulas, a agitação nas duas principais papelarias do centro de Mindelo é intensa, com pais e encarregados de educação correndo para comprar materiais escolares, muitas vezes adquiridos com “grande sacrifício”.
Cateline Barbosa é um exemplo de “lutadora” pela educação dos filhos e falou à Inforpress enquanto aguardava pacientemente a sua vez na Papelaria Inak.
Cateline explicou que estava comprando todos os materiais escolares para o filho de 12 anos, que vai começar o 7º ano.
Antes de sair para as compras, fez uma pesquisa e descobriu que o custo aproximado seria cerca de cinco mil escudos. Embora essa quantia possa parecer pequena para alguns, para Cateline, funcionária do sector de Saneamento da Câmara Municipal de São Vicente, é um valor significativo.
“Tenho dificuldades para obter esse dinheiro, mas temos que lutar para garantir que nossos filhos possam estudar”, afirmou.
Ela ressaltou que, apesar da ajuda do antigo companheiro com o filho de 23 anos, hoje luta praticamente sozinha para criar e educar os dois filhos menores, de 12 e 3 anos, frutos de um novo relacionamento.
Mesmo com os desafios, Cateline não considera o desânimo como uma opção.
“Pelos meus filhos, nunca desisto. Faço sacrifícios porque sei que Deus vai nos ajudar a seguir em frente”, garantiu.
O gerente da Livraria Inak, Luís Brito, informou que os preços dos materiais continuam os mesmos do ano passado, após um aumento logo após a pandemia da Covid-19.
O que mudou, segundo ele, é o comportamento dos pais e encarregados, que começaram a comprar os materiais mais cedo, já em Agosto.
“Já começamos a vender os materiais há vários dias, mas as vendas não foram mais altas devido à falta de manuais, que só chegaram da Cidade da Praia nesta última semana antes das aulas”, destacou.
O gerente criticou o atraso no envio dos livros escolares, o que resultou em filas na livraria.
A funcionária da Livraria Terra Nova também ressaltou o problema com a chegada tardia dos livros, o que causou uma corrida para adquirir os materiais nos últimos dias.
“Acredito que se os manuais tivessem chegado antes, teríamos menos filas. As pessoas começaram a comprar os materiais com antecedência, o que aliviou um pouco a situação para os pais e para nós também”, considerou.
De facto, os pais e encarregados de educação precisam reservar uma parte significativa do orçamento para o início do ano lectivo.
Os preços dos livros variam entre 200 e 400 escudos, cadernos de 90 a 130 escudos, lápis e canetas a partir de 20 escudos, e borrachas a 30 escudos. Além disso, há outros acessórios necessários para os estudantes, desde o 1º ao 12º ano.
O ano lectivo em São Vicente começa na segunda-feira, 16, com 15 mil alunos no ensino básico e secundário, que serão orientados por mil professores, de acordo com informações fornecidas à Inforpress pelo delegado de Educação, Jorge da Luz.
LN/JMV
Inforpress/Fim
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