Cidade da Praia, 09 Abr (Inforpress) - A ministra da Justiça defendeu hoje, em São Tomé e Príncipe, a adopção de uma convenção de reconhecimento documental no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Joana Rosa fez essa afirmação durante o seu discurso na XVIII Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CMJPLOP), que decorre em São Tomé e Príncipe, sob o tema “Reforço do Notariado para a Fiabilidade e a Segurança dos documentos na CPLP”.
“Fundamos a nossa proposta na necessidade de um instrumento que regule as relações entre os nossos Estados neste particular, considerando os percursos, as preocupações e, sobretudo, os interesses comuns”, justificou.
De acordo com a governante, é necessário continuar a reflectir e aprofundar esta ideia, que se bem trabalhada, conforme observou, trará ganhos imediatos e inquestionáveis aos países e populações da CPLP.
“Sem descurar as especificidades de cada um dos Estados membros ou as suas relações regionais”, advertiu Joana Rosa , apelando aos intervenientes nessa questão a não cederem a eventuais dificuldades carreadas pelas diferenças dos ordenamentos jurídicos ou das soluções legais próprias de cada Estado membro.
“Pelo contrário, o percurso consolidado e as reconhecidas conquistas da CPLP ao longo de mais de duas décadas, impulsionadas pela vontade e propósitos comuns, têm confirmado o acerto e a necessidade da existência da CPLP, e devem continuar a constituir permanentemente a base para a concepção e realização de novas conquistas”, notou.
Durante o seu discurso, a ministra da Justiça lembrou que Cabo Verde procurou, durante a sua presidência “pro-tempore” da CPLP, trazer ideias e propostas à consideração dos demais Estados-membros, assim como acolher e promover o debate de propostas que foram postas em cima da mesa por cada país.
A XVIII Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CMJPLOP) enquadra-se num convite à reflexão conjunta sobre os desafios que se colocam no presente e futuro do notariado dos Estados-membros da organização.
A conferência visa o debate e a partilha de experiências e conhecimentos em áreas de grande interesse para o notariado, nomeadamente a circulação de documentos digitais, a apostila e o papel do notário como garantia da segurança jurídica nos negócios electrónicos presenciais, bem como a protecção dos mais vulneráveis num mundo digital e globalizado e os desafios da inteligência artificial na justiça, entre outras.
A ideia, segundo a nota conceptual do encontro, é de congregar os esforços para a criação de um sistema no domínio do direito dos registos e do notariado mais harmonizados na base de informatização dos serviços, desmaterialização dos procedimentos legais e administrativos.
A Conferência de Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CMJPLOP) tem a sua origem no Acordo de Cooperação, assinado em setembro de 1992, em São Tomé e Príncipe.
OM/JMV
Inforpress/Fim
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