Cidade da Praia, 07 Ago (Inforpress) – O Sindicato dos Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (Sitthur) denunciou hoje, a postura "arbitrária, discriminatória e desrespeitosa" da Cabo Verde Handling pelo não cumprimento das condições essenciais para o bom desempenho das funções dos seus trabalhadores.
Em conferência de imprensa proferida pela presidente do Sitthur, Joaquina Almeida, que explicou que, após várias tentativas formais de diálogo, a empresa tem ignorado questões fundamentais para os direitos dos trabalhadores, como o subsídio nocturno e o subsídio de risco, além de se recusar a permitir visitas às suas instalações.
A Cabo Verde Handling tem, segundo o Joaquina Almeida, obstado qualquer tipo de comunicação e negando acesso do sindicato, mas permitindo a entrada de outras organizações sindicais, configurando, assim, uma clara discriminação.
Joaquina Almeida alertou ainda para a violação de princípios constitucionais da liberdade sindical e igualdade de tratamento, destacando que o comportamento da Cabo Verde Handling contraria o disposto no artigo 87.º do Código Laboral.
A líder sindical denunciou também as “condições precárias de trabalho” nas instalações da empresa, tanto na ilha da Boa Vista quanto na cidade da Praia.
“Na Boa Vista, as salas das secções de carga, bagagens e ‘load control’, para alem de serem minúsculas, estão infestadas de baratas e ratazanas, expondo os trabalhadores a um risco inaceitável à saúde”, denunciou Joaquina Almeida.
Já na Praia, “os trabalhadores estão alojados em contentores, em condições insalubres, com a presença de ratos e baratas, incluindo nos bebedouros. É um atentado à saúde pública e à dignidade humana", afirmou.
A presidente do Sindicato dos Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo exigiu uma intervenção urgente da Inspecção-Geral do Trabalho e da Delegacia da Saúde, tanto na Boa Vista quanto na Praia, para a verificação das condições de trabalho e a aplicação de medidas correctivas.
A presidente da organização sindical classifica a postura da Cabo Verde Handling como "prepotente" e "desumana", afirmando que a empresa tem explorado os seus trabalhadores na “procura desenfreada do lucro”, sem qualquer pejo ou limite.
Além disso, Almeida denunciou ainda a sobrecarga de trabalho imposta aos seus membros, referindo-se a situações em que, para a triagem, carregamento e descarregamento de uma aeronave de grande porte, são escalados apenas três bagageiros, quando o mínimo necessário seriam seis, o que configura numa verdadeira “escravatura moderna”.
Em resposta à situação, a líder do Sitthur reafirmou o seu compromisso em defender os direitos dos trabalhadores e garantiu que continuará a denunciar as práticas de exploração e discriminação, exigindo o direito à visita nas instalações da Cabo Verde Handling, nos termos da lei.
JBR/HF
Inforpress/Fim
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