
Cidade da Praia, 04 Out (Inforpress) – O Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) exigiu hoje que o Governo “arrepie caminho” para sentarem à mesa e discutirem questões que afligem a classe docente cabo-verdiana, sobretudo, a questão da proposta de decreto-lei de aprovação do PCFR.
Jorge Cardoso falava à Inforpress, no âmbito de uma conferência de imprensa convocada para proferir uma mensagem alusiva ao Dia Internacional do Professor, que se assinala este sábado, 05 de Outubro.
Na ocasião, o presidente do Sindep criticou a atitude "extremista e arrogante" do Governo, em resolver os problemas da classe docente, manifestando total disponibilidade de diálogo em prol da paz social e de um ambiente laboral de melhor forma possível para os professores, e toda a sociedade cabo-verdiana.
“Exigimos do Governo que arrepia o caminho e, em breve, intentaremos uma queixa junto das organizações internacionais para a reposição da legalidade para com essa classe sofredora ao longo de vários anos”, afirmou, informando que na próxima semana os sindicatos nacionais dos professores cabo-verdianos estarão unidos para formalizar esta queixa.
A queixa, especificou, será junto da Organização Internacional do Trabalho (OIT), das Nações Unidas, da Internacional de Educação e junto da CPLP.
“Para que façam as suas diligências e obrigar o Governo a cumprir com as recomendações, com aquilo que tem acordado perante as organizações internacionais, e está a fazer completamente o contrário”, justificou.
O sindicato exige que Governo que arrepie caminho, sublinhando que ainda é tempo de se sentarem e discutirem questões que dizem respeito à classe docente no país, que também dizem respeito à sociedade cabo-verdiana no geral.
De entre as questões, o presidente do Sindep considerou que o mais gritante é o facto de o Governo vir na tentativa de impor de forma abusiva, com um decreto lei de aprovação do Plano de Cargos, Funções e Remunerações (PCFR) enviado ao parlamento “sem qualquer discussão” com os sindicatos, agravando ainda mais a situação dos professores.
Isto, na tentativa, segundo este sindicalista, de discriminar a classe com perdas consideráveis nos direitos adquiridos, contrariando as recomendações internacionais e as leis da República.
“Reiteramos o nosso compromisso de sentarmos à mesa para revisitarmos o Estatuto da Carreira do Pessoal Docente e termos um documento próprio para com a classe e a normalização total da sua carreira”, declarou ainda.
Jorge Cardoso recomendou igualmente ao ministro da Educação que faça as correções da lista para o devido pagamento de subsídios pela não redução da carga horária, que na perspetiva do Sindep foi mal elaborada e muito injusta.
O Sindep aproveitou para apelar a todos os professores a se engajarem na manifestação nacional dos professores convocada para este sábado, 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor, para apresentar “um cartão vermelho” ao Governo.
ET/JMV
Inforpress/Fim
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