Mindelo, 22 Out (Inforpress) – O ministro da Administração Interna disse hoje que o Governo está a investir 35 milhões de euros na recuperação de São Vicente e das ilhas afectadas pela tempestade Erin, mas necessita de mais 20 milhões.
Segundo Paulo Rocha, que falava no final do encontro do Governo com os parceiros para avaliar as respostas aos impactos da tempestade Erin, esses 35 milhões de euros foram mobilizados através do Fundo Nacional de Emergência e do Fundo Soberano.
Avançou que os valores estão a ser aplicados na limpeza, na recuperação das escolas, na reabilitação de infra-estruturas públicas e municipais, na limpeza urbana, no apoio social e no sector empresarial.
Mas, conforme o governante, o executivo ainda necessita de recursos que rondam mais de 20 milhões. Daí, explicou, a necessidade de proceder à avaliação junto dos parceiros, para mostrar o que o Governo tem vindo a realizar e também sensibilizá-los a apoiar financeiramente aquilo que ainda precisa ser feito.
“E é este montante que nos traz aqui, para apresentar aos parceiros o desafio daqui para frente. Parte deste montante visa recapitalizar o Fundo de Emergência para uma emergência futura – nós não sabemos quando poderá acontecer e temos de estar prevenidos – e outra parte para a recuperação de São Vicente”, explicou.
Mas, segundo o ministro, a longo prazo, pretende-se efectivar a construção da resiliência de todo o sistema de drenagem de São Vicente e a reconstrução de infra-estruturas mais robustas, capazes de enfrentar as alterações climáticas. Trata-se, acrescentou, de um investimento muito maior, estimado em cerca de 350 milhões de euros.
Sobre as acções já realizadas, o ministro da Administração Interna explicou que, no domínio da protecção das famílias, foi atribuído o rendimento social de emergência, que será facultado durante três meses consecutivos, visando apoiar as pessoas que perderam os seus rendimentos.
Acrescentou que, a nível dos trabalhadores e das empresas afectadas, foi disponibilizada uma subvenção financeira com vista à recuperação das actividades.
Neste momento, segundo Paulo Rocha, já foi entregue uma primeira tranche às empresas formais e informais nos domínios da agricultura e da pesca, havendo já alguns sectores que receberam a segunda tranche.
Além disso, destacou os trabalhos de limpeza e recuperação da cidade, que estão a ser executados sob a liderança da Câmara Municipal de São Vicente.
A tempestade Erin, ocorrida na madrugada do dia 11 de Agosto, inundou bairros, destruiu estradas e estabelecimentos comerciais, afectou o abastecimento de energia e de água.
Provocou nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas, e vários desalojados em São Vicente, dos quais 50 famílias já foram realojadas.
O Governo decretou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau.
Foi aprovado um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e às actividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificadas e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
CD/HF
Inforpress/Fim
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