***Por: Lucilene Salomão, da Agência Inforpress***
Ribeira Grande, 30 Mai (Inforpress) – Os moradores e comerciantes da cidade da Ribeira Grande, Santo Antão, anteriormente considerada tranquila, dizem-se “aterrorizados” com a tendência “preocupante” de furtos que se repetem nos últimos tempos.
A cidade da Ribeira Grande já não está “imune” à audácia dos delinquentes, tanto é que, nos últimos tempos, o que mais se ouve nas ruas é que algum estabelecimento ou casa foi alvo de furto.
Sónia Delgado, proprietária do Bar Kriolinha contou à imprensa que já furtaram duas vezes o seu estabelecimento num curto espaço de tempo.
Sónia Delgado disse que, no início do mês de Maio, foi a primeira vez que os ‘meliantes’ roubaram o seu estabelecimento.
“Nunca foi o nosso costume deixar dinheiro no bar quando fechamos. Mas nesse dia, por azar, deixamos o fecho de conta e mais alguma quantia no balcão e no outro dia deparamos que, além do dinheiro, levaram ainda uma caixa de ferramentas”, salientou.
Da segunda vez, conforme a mesma fonte, os ladrões não encontraram dinheiro, mas levaram algumas garrafas de bebida.
Sónia Delgado afirmou que, pela segunda vez, procurou a polícia para apresentar queixa do ocorrido, mas até então não obteve nenhum feedback.
Indignada com a situação e a cada dia, conforme a mesma fonte, há relatos de outros casos que estão a acontecer em Ribeira Grande, Sónia Delgado enfatizou que está em “pânico e com medo”.
“Tenho o meu espaço e às vezes fico à noite pois pode aparecer um ou outro cliente, mas de momento não arrisco. Os meus funcionários estão com medo. Actualmente, a partir das 17:00 até às 18:00 já estamos a fechar as portas com medo porque o que aconteceu no meu bar é estranho ", pontuou.
Diante de toda a situação, Sónia Delgado disse que foi “obrigada” a fazer um investimento que não estava no seu orçamento, pois instalou camaras de segurança no local.
“Espero que a justiça actue o quanto antes de forma a repor a nossa paz, porque nunca vivemos estes casos na Ribeira Grande. Não estávamos preparados para este tipo de situações até porque aqui sempre foi um lugar pacato”, disse.
Silvanilda Pinto, proprietária do Barzinho da Vany, disse que o seu estabelecimento foi assaltado na época da Páscoa. “Os ladrões retiraram uma parte da cobertura de telha e entraram no bar”, explicou.
A mesma fonte disse que não costuma deixar dinheiro no estabelecimento, mas como estava a vender alguns bilhetes de um evento que iria acontecer naquele período deixou uma certa quantia dos bilhetes que já tinha vendido ali.
“Levaram só o dinheiro e, mais estranho, porque tinha telemóvel, bebidas e não mexeram nestes. Fui à Polícia e dei queixa, mas até ao momento não acharam o meliante”, afirmou.
Kiki Assunção, dono de um comércio e um restaurante na Ribeira Grande afirmou que o seu restaurante já foi alvo de furto duas vezes no período de um mês.
“A primeira vez não percebemos bem o que levaram, mas a segunda vez constatamos que, além de bebidas, levaram uma mochila com alguns pertences”, disse.
A mesma fonte disse que o furto ocorreu depois das duas de madrugada, uma situação que caracterizou de “preocupante”.
“Já não temos segurança de ir a nenhum lugar. Demos queixa nas autoridades e reforçamos a segurança do nosso local para não sermos mais surpreendidos”, frisou.
Kiki Assunção disse que, na terça-feira, a sua loja também foi alvo de um meliante. Assunção explicou que por volta das 22 horas foi chamado porque uma pessoa encapuzada e com uma arma branca tentou assaltar o local.
“A minha funcionária estava quase a fechar o estabelecimento e a pessoa encapuzada tentou empurrar a porta. Felizmente ela conseguiu gritar e foi socorrida por vizinhos. O gatuno fugiu e não conseguiram identificá-lo. Estamos perante uma situação em que todos os dias temos assaltos aqui na Ribeira Grande. As autoridades têm de ver uma solução urgente de forma a colmatar estas ocorrências”, disse.
A Inforpress contactou o comandante regional da Polícia Nacional, Cipriano Bandeira, que confirmou que nos últimos tempos tem tido algumas ocorrências de furtos em residências e espaços comerciais.
“A polícia tem feito operações e estamos a recolher informações, portanto os casos estão ainda sob investigação”, garantiu.
LFS/HF
Inforpress/Fim
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