Ribeira Grande, 16 Mai (Inforpress) – A representante da campanha Maio furta-cor em Santo Antão, Rea Coutinho, explicou hoje, que a campanha é para sensibilizar a população sobre a questão da saúde mental materna que ainda é um pouco “estigmatizada”.
“Normalmente as pessoas quando uma mulher ganha um bebé todos focam no bem-estar da criança, e a mãe, geralmente, é esquecida e ela sofre com a extrema sobrecarga e exaustão principalmente se for mãe de primeira viagem”, elencou.
Rea Coutinho, que falava à Inforpress sobre a programação da campanha Maio furta-cor em Ribeira Grande, Santo Antão, explicou que a mesma surgiu no Brasil na época da pandemia, altura em que foi notado que muitas mães estavam a sofrer de depressão, e nisso surgiu a ideia de criar essa campanha como forma de sensibilizar a população sobre a questão da saúde mental materna.
Segundo a representante da campanha Maio furta-cor, a maternidade ainda é “bastante” romantizada pela sociedade, e às vezes, as mães passam por outras coisas, sobre as quais sentem “vergonha” de falar por medo de serem julgadas.
“Daí a necessidade realmente de falar da saúde mental materna. Talvez em Cabo Verde não temos muitos casos, mas tem casos de mãe que tem entrado em depressão, e durante as actividades que promovemos como rodas de conversa, temos oportunidade de escutar gestantes, mães, que durante os dois primeiros meses, não conseguem nem olhar os seus bebés: depressão pós-parto”, mostrou.
Rea Coutinho indicou que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão começa mesmo na gravidez, pois na gestação, já há alterações, físicas e todo o “coquetel” de hormonas e depois, quando o bebé nasce, as coisas vão “agravando” devido à sobrecarga e exaustão que as mães passam.
As actividades alusivas à campanha, segundo Rea Coutinho, são acompanhadas por uma multidisciplinar e segundo a mesma são actividades que têm sido “benéficas” para as gestantes e puérpera do concelho da Ribeira Grande porque têm estado sempre a participar.
“Há estatísticas que nos mostraram a importância de falar sobre a saúde mental materna, pois, uma em quatro gestantes entraram na depressão pós-parto, quando o bebé nasce e uma em quatro sofre violência no parto. São muitas questões que tratamos durante Maio furta-cor”, pontuou.
LFS/ZS
Inforpress/Fim
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