Mindelo, 09 Mai (Inforpress) – Os resultados da expedição Ocean Xplorer, que passou também por Cabo Verde, vão permitir reforçar a liderança africana na ciência oceânica, no desenvolvimento sustentável e ainda apoiar políticas de gestão e regulação das pescas.
Estes são alguns dos objectivos propostos pela missão que percorreu 150 mil quilómetros quadrados de leito marinho, passando por regiões como Moroni (Arquipélago das Comores) e Canal de Moçambique, pela parte sul da Dorsal de Madagáscar (Walters Shoal), Planalto de Agulhas (Monte submarino Africano).
Também percorreu áreas marinhas da Cidade do Cabo (África do Sul), o Sistema de Correntes de Benguela no Atlântico sudeste, Walvis Bay (Namíbia), Mindelo e os Montes Submarinos Nola em Cabo Verde, terminando em Las Palmas de Gran Canaria, nas Ilhas Canárias (Espanha).
Realizada entre Janeiro e Abril, a expedição, segundo os organizadores, proporcionou informações significativas e “novos dados valiosos” sobre os ecossistemas marinhos africanos, cartografou vastas áreas do fundo do mar anteriormente inexploradas e fortaleceu a liderança africana na ciência oceânica através da colaboração internacional e da partilha de capacidades.
Neste momento, embora já finda, a análise dos dados recolhidos, conforme a mesma fonte, está apenas a começar.
Os cientistas de África e de todo o mundo pretendem usar as conclusões da expedição para informar políticas de gestão ambiental e oceânica, apoiar a regulação das pescas e a conservação marinha e reforçar a liderança de África na ciência oceânica e no desenvolvimento sustentável.
Daí, a Expedição Around Africa da OceanX e OceanQuest ter sido oficialmente reconhecida pela Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável pelas suas contribuições para a partilha de capacidades e a compreensão científica do oceano, fornecendo dados valiosos para a ciência e uma governação oceânica baseada no conhecimento, asseguram.
Isto porque, de acordo com a mesma fonte, dois segmentos da expedição foram dedicados a missões em mar profundo, concebidas para aprofundar o conhecimento dos processos biológicos, geológicos e oceanográficos que moldam o leito marinho e os ecossistemas do sudoeste do Oceano Índico e do Atlântico oriental.
Ao investigar montes submarinos remotos, estudar habitats profundos e analisar a dinâmica oceânica, as equipas geraram dados de referência cruciais para apoiar a conservação marinha, a gestão sustentável de recursos e a adaptação às alterações climáticas.
A expedição teve em Cabo Verde a visita do Presidente da República, José Maria Neves, que, enquanto Patrono da Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, reafirmou o “forte compromisso” e liderança de Cabo Verde no avanço do conhecimento oceânico, da conservação marinha e do desenvolvimento azul sustentável.
Também foi visitada pelo ministro do Mar, Jorge Santos, que destacou a importância da iniciativa para o conhecimento de novas espécies do país e aperfeiçoamento da cartografia marinha cabo-verdiana.
Além dos parceiros internacionais, contou com a colaboração cabo-verdiana de profissionais do Instituto do Mar (IMar), do Centro de Oceanográfico do Mindelo (OSCM) e da Universidade Técnica do Atlântico (UTA).
Ao todo envolveram na expedição 69 cientistas de 31 países e 29 instituições e 306 estudantes, educadores e profissionais em início de carreira de toda a África e do mundo.
LN/JMV
Inforpress/Fim
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