Mindelo, 13 Out (Inforpress) – O presidente da câmara de São Vicente assegurou hoje que haverá desfile de Carnaval em 2026, afirmando que “não serão três ou quatro pessoas que, por oportunismo e motivações políticas ou pessoais, irão decidir” sobre o evento.
Augusto Neves falava em conferência de imprensa, no salão nobre da autarquia, em reacção às declarações do Conselho dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente, que considerou “não haver condições mínimas para a preparação do desfile oficial de 2026”.
O autarca garantiu que o desfile vai acontecer, mas esclareceu que o concurso oficial dependerá da decisão da Liga dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV).
“Faremos um Carnaval. Sabemos que nem todos os grupos aderiram, mas os restantes têm consciência do que tem sido feito em prol do Carnaval de São Vicente, do trabalho, do esforço e do sacrifício da câmara municipal”, afirmou.
Segundo Augusto Neves, a autarquia estará pronta, “no momento próprio”, para iniciar os preparativos do Carnaval 2026, e a eventual não participação de algumas agremiações “não vai diminuir a qualidade do evento”.
Relativamente à alegada falta de diálogo denunciada pelo Conselho dos Grupos, o presidente lembrou que São Vicente atravessa uma situação excepcional, devido às chuvas de 11 de Agosto, que provocaram danos significativos em infraestruturas, habitações e equipamentos públicos, deixando dezenas de famílias em situação de vulnerabilidade.
“O Governo de Cabo Verde declarou, por essa razão, o estado de calamidade na ilha, o que determina que a prioridade imediata da câmara municipal deve ser a recuperação das zonas afectadas e o apoio às populações atingidas”, explicou.
“Pessoalmente, achei uma vergonha aproveitar este momento de fragilidade e de solidariedade da ilha para fazer chantagem e reivindicações, apesar de todo o trabalho e esforço que a câmara e as instituições parceiras têm feito em prol da melhoria do nosso Carnaval”, criticou.
Quanto à questão das condições financeiras, Augusto Neves revelou que, em 2025, a câmara disponibilizou quatro milhões de escudos a cada um dos seis grupos, num total de 24 milhões de escudos, sem contar com as receitas dos bilhetes de bancada, que este ano foram utilizadas para financiar uma viagem ao Rio de Janeiro, destinada a contactos entre a LIGOC-SV e a sua congénere local.
Sobre a exigência de estaleiros, o autarca recordou que, em 2008, foram construídos quatro grandes estaleiros na zona de Ribeira de Craquinha, mas que os grupos recusaram por considerarem a localização distante.
No entanto, explicou que existe agora um novo projecto de estaleiro, “mais ambicioso”, que “será construído oportunamente” na entrada da Ribeira de Vinha, com o compromisso e o apoio financeiro do primeiro-ministro.
CD/CP
Inforpress/Fim
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