Fogo: Cortes de energia eléctrica geram insatisfação da população e afectam abastecimento de água

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Fogo: Cortes de energia eléctrica geram insatisfação da população e afectam abastecimento de água
15/10/25 - 10:28 am

São Filipe, 15 Out (Inforpress) – Os cortes programados e prolongados de energia eléctrica que chegam a ser superior a 14 horas em alguns bairros, geram insatisfação da população e afectam o normal abastecimento de água para o consumo e para a agricultura.

A delegação do Fogo da Empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde (EDEC) anunciou, em comunicado emitido na tarde de terça-feira, 14 de Outubro, que os cortes programados de energia continuarão nos próximos dias, devido à indisponibilidade de potência provocada por uma avaria num dos grupos geradores da central única da ilha.

Segundo a EDEC, os trabalhos de reparação do equipamento avariado estão em curso, com o objectivo de restabelecer o fornecimento de energia eléctrica “com a máxima brevidade possível e em total segurança”.

Contudo, enquanto a situação não for resolvida, o fornecimento continuará a ser feito de forma alternada entre as localidades, de forma a minimizar os impactos.

Apesar dos esforços da empresa, os utentes manifestam crescente insatisfação e denunciam o que consideram ser uma gestão desigual dos cortes.

Várias zonas da ilha têm estado sem energia por períodos que ultrapassam as 14 horas diárias, situação que já se arrasta há cinco dias e a população quer saber com rigor o que está realmente a acontecer e quando é que esta avaria será finalmente resolvida.

O problema agrava-se com o impacto no abastecimento de água e a Empresa Intermunicipal de Águas, Águabrava, informou que o sistema de bombagem e distribuição depende da energia eléctrica, e que, por essa razão, está a ser forçada a racionalizar a distribuição de água até à normalização da situação.

A Central Única do Fogo, que entrou em funcionamento em Novembro de 2015, é responsável pelo fornecimento de energia aos três concelhos da ilha e possui dois grupos geradores com capacidade de 1.600 kVA cada.

Neste momento, apenas um dos grupos está operacional, o que limita a capacidade de produção e distribuição de energia.

Enquanto persistem os trabalhos de reparação, a população continua a enfrentar cortes longos, afetando o quotidiano, os serviços básicos, o comércio e a confiança no sistema eléctrico da ilha.

Em Novembro de 2023, altura em que a ilha foi assolada por cortes prolongados no fornecimento de energia eléctrica, o deputado Filipe Santos tinha anunciado que o governo iria investir 300 milhões de dólares no projecto de transição energética na ilha do Fogo que deveria entrar em funcionamento a partir do segundo semestre de 2024.

O parque de energia projectado que situará entre os municípios de Santa Catarina e São Filipe e com uma capacidade de 1,4 megawatts de energia, suficiente para atender a necessidade durante um período de, pelo menos, 30 anos, está ainda numa fase inicial de construção e não há uma previsão para a sua conclusão e entrada em funcionamento.

JR/CP

Inforpress/Fim

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