Portugal: Conferência reflecte sobre o impacto do turismo e da aviação entre Cabo Verde e o mundo

Lisboa, 04 Nov (Inforpress) – A conferência “Cabo Verde. Destino Turístico: 60 anos de voos, 60 anos de turismo” reflectiu hoje, em Lisboa, sobre o impacto do turismo e da aviação entre Cabo Verde e o mundo nos últimos 60 anos.

Promovido pela Universidade Lusófona, o evento celebrou seis décadas desde o primeiro voo comercial entre Portugal e Cabo Verde, realizado num Super Constellation da TAP, e este marco foi o ponto de partida para uma reflexão sobre o passado, presente e futuro do turismo em Cabo Verde.

O CEO da Cabo Verde Airports, Jorge Benchimol Duarte, ao fazer a sua intervenção em um dos painéis, a partir de Cabo Verde, sublinhou a importância dos aeroportos e das infra-estruturas na expansão do turismo no país, que já representa cerca de 25 por cento (%) do PIB nacional.

“O sector de turismo é chave para a economia cabo-verdiana”, afirmou Duarte, relembrando que o número de visitantes passou de 21 mil em 1990 para mais de 1 milhão em 2023, com cerca de 5 milhões de dormidas.

Além do crescimento do turismo, o CEO vê na ampliação das rotas aéreas uma oportunidade para diversificar a base económica do país, tendo destacado o papel fundamental dos quatro aeroportos internacionais de Cabo Verde, cuja concessão foi transferida para a Vinci em 2023.

“Estamos a investir cerca de 80 milhões de euros na modernização dos nossos aeroportos, incluindo o aeroporto do Sal, que completará 85 anos em Dezembro”, disse, indicando que a segunda fase de investimentos, prevista para iniciar em 2026, deverá “alterar substancialmente a realidade aeroportuária de Cabo Verde, proporcionando aos operadores condições mais benéficas e eficiência operacional”.

O evento contou com a presença de especialistas do sector do turismo e da aviação, académicos e profissionais, que discutiram os principais desafios e oportunidades para o futuro de Cabo Verde como destino turístico.

A conferência teve painéis sobre “60 anos de voos: passado, presente e futuro”, que focou na evolução da aviação em Cabo Verde e no seu impacto no desenvolvimento turístico e “Cabo Verde e os novos segmentos de mercado”, dedicado à análise de novas oportunidades para atrair turistas e diversificar a oferta turística do país.

“Operações aeroportuárias e legislação”, que explorou os desafios e as oportunidades para o desenvolvimento da infra-estrutura aeroportuária e as questões legais associadas, foi o terceiro e último painel em discussão.

Nos dois primeiros painéis, destacou-se a recente entrada dos voos de baixo custo da EasyJet no mercado cabo-verdiano, com os oradores a concordarem que poderá haver “mais competitividade”, mas que é preciso apostar mais nos voos inter-ilhas e, quiçá, a EasyJet levar esses voos para outras ilhas, já que neste momento só faz Lisboa-Sal e Porto-Sal.

“Estamos a ver uma democratização deste destino, que é tão próximo de Portugal emocionalmente. Antes, muitos não conseguiam viajar devido às tarifas altas, mas agora a concorrência no mercado beneficia o consumidor”, disse o director para Portugal da EasyJet, José Lopes, ressaltando a importância da “base estrutural” para o sucesso da rota, sustentada, em grande parte, pelo tráfego da comunidade cabo-verdiana em Portugal e na Europa.

A EasyJet, conforme o seu director, reafirmou o seu compromisso com a sustentabilidade e o investimento em tecnologias que reduzem o impacto ambiental, destacando que a companhia aposta na inovação de longo prazo com o modelo de “asa única”, uma parceria com a NASA e as forças armadas norte-americanas que poderá reduzir em 50% as emissões de carbono.

O evento para assinalar os 60 anos do primeiro voo comercial entre Lisboa e Ilha do Sal, realizado num Super Constellation da TAP, foi também uma oportunidade para fomentar o intercâmbio de ideias entre profissionais e a academia.

A conferência “Cabo Verde. Destino Turístico: 60 anos de voos, 60 anos de turismo” teve lugar no Centro Universitário de Lisboa da Universidade Lusófona.

DR/ZS

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