Bob Mascarenhas: “Não me considero artista, sou um amante da música cabo-verdiana” (c/áudio)

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Bob Mascarenhas: “Não me considero artista, sou um amante da música cabo-verdiana” (c/áudio)
08/10/25 - 01:45 am

Cidade da Praia, 08 Out (Inforpress) - O cantor e compositor cabo-verdiano Bob Mascarenhas prepara o seu terceiro álbum focado nas raízes tradicionais, definindo-se não como um artista, mas como um amante da música e da cultura cabo-verdiana.

Silvestre Alberto Soares Mascarenhas, mais conhecido como Bob Mascarenhas, é um nome que reverbera nas rodas de música tradicional cabo-verdiana. Cantor, compositor e violonista natural de São Miguel Arcanjo, Calheta São Miguel, Bob tem uma relação profunda com a música do seu país, que ele define não como profissão, mas como paixão.

“Eu não me considero como um artista, mas sim um amante da música cabo-verdiana e da cultura cabo-verdiana”, realçou, sublinhando que é uma pessoa do povo e que gosta de ajudar os outros.

A carreira musical de Bob começou em 1984, quando ingressou na Aldeia SOS de Assomada, onde teve a oportunidade de aprender violão com Orlando Pantera, um dos grandes nomes que revolucionaram a música cabo-verdiana.

Essa formação foi decisiva para moldar o estilo único de Bob, que mescla respeito às raízes com uma abordagem contemporânea.

Até o momento, Bob Mascarenhas lançou dois álbuns: Rapacinhu Lantuna e Rakodja, além de um DVD gravado durante o concerto do seu primeiro CD no Auditório Nacional.

Seu trabalho tem sido reconhecido tanto em Cabo Verde quanto internacionalmente, com apresentações em festivais como o Kriol Jazz Festival, Festival de Santa Catarina, Festival da Laginha e participações em eventos no Brasil, Holanda, Portugal, França, Itália, China, entre outros países.

Embora tenha considerado a possibilidade de se reformar, o artista afirmou que as “pessoas acreditam que ainda não é o momento.”

Actualmente, está em fase de preparação do seu terceiro álbum, que terá como foco as músicas tradicionais cabo-verdianas.

“Não posso fugir da minha linha que criei à minha volta”, afirmou, alegando que para ele, preservar a cultura musical do seu país é uma missão e um compromisso.

Bob Mascarenhas actua intensamente no campo social e cultural, é presidente da Fundação Batuku e coordenador da Cultura na Câmara Municipal de Santa Catarina, em Assomada.

Sua participação em projectos sociais, especialmente relacionados à infância e à juventude, reforça seu perfil de homem do povo, engajado em contribuir para o desenvolvimento cultural e social de Cabo Verde.

Com essa postura, Bob Mascarenhas transcende o conceito tradicional de artista, tornando-se uma voz apaixonada e comprometida com a identidade e o património cultural do seu país.

O próximo álbum é esperado não só como um registo musical, mas como uma celebração das raízes e da alma de Cabo Verde.

CG/SR//ZS

Inforpress/Fim

 

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