
Cidade da Praia, 19 Nov (Inforpress) – O ministro da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial defendeu hoje que a ambição de transformar Cabo Verde numa plataforma para o comércio entre continentes “é crucial” para o desenvolvimento, embora constitua uma “tarefa complexa” que envolve vários sectores.
A visão está consagrada no Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PED) e no programa do Governo, sublinhou Eurico Monteiro em declarações à imprensa, à margem da apresentação da Associação Ibero-Africana das Câmaras de Comércio (AFRICO), evento paralelo à FIC 2025, na Praia.
“Temos, por exemplo, aumentado as exportações de uma forma muito significativa, mas queremos também fazer essa exportação com a diversificação do mercado”, afirmou, avançando que o Governo tem aproveitando oportunidades de cooperação com câmaras de comércio europeias e africanas.
Segundo Eurico Monteiro, encontros como o que marcou a apresentação da AFRICO - que também celebra o 30.º aniversário da Câmara do Comércio de Sotavento e envolve câmaras de Espanha, Portugal e da CEDEAO - são essenciais para estreitar relações empresariais, criar proximidade e potenciar o comércio.
“Nós podemos aproveitar estas sinergias, envolvendo os empresários e as suas perspetivas organizações, estreitando as suas relações, criando, portanto, maior proximidade, maior intimidade, de sorte a poder potenciar as nossas relações comerciais”, sustentou.
O governante apontou ainda um conjunto de políticas públicas para atrair investimentos e promover exportações, incluindo incentivos fiscais e aduaneiros para zonas de exportação, estabilidade política e institucional, localização geográfica estratégica e acordos comerciais que concedem acesso preferencial a mercados como a União Europeia, os Estados Unidos e a CEDEAO.
Reconhecendo que o financiamento continua a ser uma condicionante para as empresas, Eurico Monteiro garantiu que o país reforçou a capacidade de crédito através de mecanismos como a Pro-Garante, que disponibiliza cerca de seis milhões de contos em garantias, capazes de alavancar financiamentos até oito milhões de contos, além de linhas de crédito bonificadas com juros até 2,5%.
Na mesma ocasião, o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, Marcos Rodrigues, reforçou a importância de colocar os empresários no centro da diplomacia económica.
“Sem os empresários nós não podemos pensar que os países poderão ser bem-sucedidos se não tiver retaguarda e empresários que possam fazer esta caminhada”, defendeu Marcos Rodrigues, frisando a posição privilegiada de Cabo Verde no Atlântico como potencial elo de ligação entre Europa, África e Américas.
O empresário defendeu que, mais do que discursos políticos, o desenvolvimento das relações internacionais depende cada vez mais do envolvimento directo dos empresários.
Marcos Rodrigues considerou que a criação da AFRICO é “um projecto que mudará a relação entre a CEDEAO, Espanha e Portugal”, destacando que a iniciativa surge da necessidade de estabelecer um mecanismo capaz de fortalecer o diálogo económico entre as regiões e melhorar a articulação com a União Europeia.
LT/CP
Inforpress/Fim
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