Praia: Câmara Municipal apela à consciência cidadã na gestão do lixo enquanto comerciantes denunciam problemas sanitários (c/áudio)

Inicio | Ambiente
Praia: Câmara Municipal apela à consciência cidadã na gestão do lixo enquanto comerciantes denunciam problemas sanitários (c/áudio)
30/06/25 - 06:07 pm

Cidade da Praia, 30 Jun (Inforpress) – A gestão do lixo na cidade da Praia enfrenta desafios crescentes, afectando a saúde pública e o comércio local mas a câmara municipal apelou hoje à consciência cidadã e prometeu reforçar a recolha.

Enquanto os moradores e comerciantes exigem soluções urgentes, a Câmara Municipal da Praia apelou à colaboração da população e prometeu reforçar os meios de recolha.

A problemática foi colocada ao vereador da Câmara Municipal da Praia, Carlos Dias, que enalteceu a campanha de limpeza e sensibilização, realizada este sábado, pelas autoridades sanitárias, na zona de Fonton, no âmbito da prevenção do paludismo e outras doenças associadas à época das chuvas.

Questionado sobre a situação do lixo em alguns bairros da capital, o vereador reconheceu que há desafios estruturais, como a obsolescência dos meios de transporte, mas apontou também a falta de consciência cívica como uma das principais causas da situação.

“O problema é a própria população, ter de ter consciência de que o lixo deve ser posto no contentor. Mesmo que o contentor esteja cheio, deve ser colocado ao pé dele, porque a câmara vai recolher”, afirmou Carlos Dias, acrescentando que há casos de pessoas que pagam crianças ou indivíduos com problemas mentais para depositar o lixo, resultando em acumulações desordenadas nas ruas.

O vereador assegurou que a autarquia está a trabalhar para adquirir novos camiões e contentores e que tem desenvolvido acções de sensibilização nas escolas, associações comunitárias e desportivas.

Entretanto, em Achada de Santo António, a equipa da Inforpress ouviu a proprietária de um bar/restaurante que manifestou frustração com a má localização dos contentores de lixo.

Ana Borges relatou que o lixo acumulado diante do seu estabelecimento tem afastado clientes e agravado as condições de higiene.

“Hoje mesmo encontrei lixo espalhado até à estrada. As moscas invadem o restaurante. Já perdi três clientes esses dias por causa disso. Já fiz um abaixo-assinado na altura do surto de dengue, mas até agora não houve resposta”, lamentou.

Segundo a proprietária, durante a campanha eleitoral, a situação era melhor controlada, com a presença de um fiscal que evitava o depósito de lixo no chão e agilizava a recolha sempre que o contentor enchia, no entanto, com o fim do período eleitoral, o cenário voltou a deteriorar-se.

Ela apelou à câmara municipal para que o contentor seja realocado para um local mais distante, considerando que a área abriga diversos estabelecimentos institucionais e solicita que a recolha do lixo seja realizada com maior frequência.

 “Se houver possibilidade de recolher pelo menos duas vezes por dia, seria muito importante para todos. É uma questão de saúde pública”, defendeu.

Na localidade de Terra Branca, a Inforpress auscultou Manuel Tavares, proprietário de uma auto-lavagem e morador em frente a um contentor que frequentemente se encontra cheio.

O mesmo partilhou a sua preocupação com a acumulação de lixo nas proximidades da sua residência.

“É complicado, principalmente, quando chove”, afirmou o mesmo, apelando para a necessidade de recolhas mais frequentes e de maior responsabilidade por parte das pessoas, que muitas vezes descartam o lixo a qualquer hora e de forma inadequada.

O vereador da Câmara Municipal da Praia explicou que a recolha é feita regularmente e que, salvo situações excepcionais, o lixo não permanece mais de 24 a 48 horas nos pontos de depósito.

No entanto, o mesmo voltou a apelar à colaboração dos munícipes para que cumpram as normas e depositem os resíduos de forma responsável.

A gestão do lixo na Praia continua a exigir esforço conjunto da câmara municipal e da população e, enquanto a autarquia reforça o apelo à sensibilização, os moradores e comerciantes pedem soluções urgentes para preservar a saúde pública e o ambiente urbano.

KA/SR//HF

Inforpress/Fim

Partilhar