*** Por Feliciano Monteiro, da Agência Inforpress ***
Lisboa, 14 Jul (Inforpress) – José Manuel Moreno é um cabo-verdiano que chegou a Portugal nos anos 80 para jogar futebol, mas enveredou para a construção civil e hoje é empresário no ramo e escritor conhecido no meio literário como “poeta do amor”.
Natural da cidade da Praia, Achada Santo António, Moreno chegou a Portugal nos anos 80 para um torneio internacional de futebol, onde foi o melhor marcador. A intenção inicial era regressar a Cabo Verde, onde já trabalhava na direcção política das forças de segurança.
Foi precisamente ali que os seus "primeiros passos" na poesia foram dados, com poemas expostos no jornal de parede "Sentinela", que mais tarde baptizaria uma das suas obras.
No mundo literário José Manuel Moreno já publicou três livros: “Meu Recanto (As Espumas do Amor)”, 2019, “Nas Ondas do Amor”, 2021, “Tempestades de Amor”, 2022, e participou em várias antologias neste género em Portugal, Suíça e Brasil.
É curador literário da exposição de artes plásticas do artista plástico Miguel d’Hera, e conta com 19 pensamentos e aforismos inéditos com direitos reservados em todas as coletâneas da Mundos e no Escrever Camões, Escrever Antero de Quental e Escrever Fernando Pessoa (S).
“Muitas pessoas pensam que vim das nuvens (…), não. Desde criança/jovem escrevia poesias (…)”, recordou Moreno em conversa com a Inforpress, lembrando que além do “Sentinela”, era professor de poesias e participava semanalmente no programa juvenil “Contacto”.
Sobre a atribuição do nome “poeta do amor”, o também mestre de xadrez e formado em língua inglesa, esclareceu que a mesma nasceu, através do livro “Meu Recanto”.
Na altura, conforme a mesma fonte, a apresentadora Carlota de Barros afirmara que “nunca na vida viu e nem leu texto em que um homem entra profundamente na cabeça de uma mulher”, daí a razão que a levou a considerá-lo “poeta do amor”, atribuição corroborada por vários escritores e editores.
“Não vou ser modesto, porque, desde que praticamente comecei a escrever inspirado nas músicas portuguesas e numa musa em especial, escrevi mais de 200 poesias só para uma única mulher. Este é um feito que nenhum escritor no mundo fez”, disse, acrescentando que suas poesias sobre o amor, são baseadas em paixão, alegria, felicidade e pouca coisa de sofrimento.
“O sofrimento nas minhas poesias é fútil. Quem lê, vê que são fúteis de tal maneira que no final o amor acaba por vencer. Portanto, as minhas poesias [sobre o amor] são positivas, e tudo pensando nas lindas cabo-verdianas (…)”, contou.
Em relação à construção civil, Moreno informou que trabalhou em várias empresas, tendo sido encarregado das várias obras importantes em Portugal, com destaque para a barragem de Alqueva – onde era único cabo-verdiano e africano encarregado daquela infra-estrutura hídrica.
Revelou que para se singrar na construção civil, área que não “sabia absolutamente nada”, teve que usar toda a sua “inteligência, conhecimento, maturidade e simplicidade” trazidos de Cabo Verde, onde era também instrutor político.
“Hoje, sou uma pessoa completamente realizada nesta área [construção civil] e paralelamente a isso tenho o meu ‘hobby’ que é a escrita”, congratulou-se o cabo-verdiano, expressando o desejo de ver o seu trabalho reconhecido também na sua terra natal.
FM/CP
Inforpress/Fim
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