Passageiros do voo Praia-Boavista queixam-se de prejuízos, desinformação e más condições de alojamento (c/áudio)

Cidade da Praia, 29 Set (Inforpress) – Vários passageiros do voo Praia-Boa Vista, programado para sexta-feira, 26, denunciaram hoje o cancelamento e sucessivos adiamentos da viagem, alegando falta de informações da companhia, descaso para com os passageiros e dificuldades logísticas.

Em declarações à Inforpress, Joana Évora, uma das passageiras afectadas, contou que havia programado as férias, fechado o restaurante que gere e deixado o filho de dois anos ao cuidado da família, mas acabou surpreendida com o cancelamento do voo.

“Não é apenas um dia de atraso, são vários dias e tenho o meu restaurante fechado, tenho os meus compromissos”, reclamou, recordando que ao chegar à ilha do Fogo, foram notificados do cancelamento da viagem para a ilha da Boa Vista.

Segundo a passageira, foram informados, há pouco, que deverão regressar ao aeroporto às 06:00 desta terça-feira, 30.

Também Santinho Barbosa, taxista residente na Boa Vista, relatou dificuldades.

Segundo disse, deslocou-se ao aeroporto sem ter recebido qualquer mensagem da companhia aérea e apenas confiando nas informações de terceiros.

“Alguns passageiros que chegaram depois de nós já conseguiram embarcar. É a primeira vez que passo por uma situação deste tipo e sem qualquer esclarecimento”, criticou, declarando que voltou ao aeroporto ao ouvir dos outros passageiros e taxistas que havia voo.

Já Elcy Leite afirmou que além do cancelamento do voo, enfrenta constrangimentos adicionais após ter estado internada no Hospital Universitário Agostinho Neto.

Hospedada numa pensão, denunciou a falta de condições mínimas no espaço de acolhimento, por não ter uma geladeira para guardar alimentos, sem água potável, sem ar condicionado e comida de baixa qualidade.

“Estamos desde as 05:00 a ser chamados para o aeroporto sem soluções”, contestou, acrescentando que a situação obriga os passageiros a procurar água durante a noite na zona de Achada Santo António, o que considera perigoso.

Elcy Leite alertou que acabou de passar por uma cirurgia e que o hospital informou que iria viajar no dia 28.

“Nestas condições físicas em que estou, não posso estar sempre em movimento. Se continuarmos assim sem falar, ficaremos na mesma situação”, disse, destacando que a companhia não cobre os outros custos.

Os passageiros apelam a uma intervenção urgente da companhia aérea para resolver a situação e garantir o cumprimento do direito de viajar nas datas programadas, evitando maiores prejuízos.

"A Cabo Verde Airlines avançou à Inforpress que os passageiros foram colocados no hotel, com acesso aos transportes e que ainda não há previsão de voo para a ilha".

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Inforpress/Fim