Lisboa, 24 Mai (Inforpress) – O director do Instituto Pedro Pires de Estudos Cabo-verdianos (PPICVS) da Bridgewater State University (BSU), Ângelo Barbosa, considera que a organização tem tido um papel “crucial” na conexão entre os académicos e as comunidades cabo-verdianas espalhadas pelo mundo.
Em declarações à Inforpress, em Lisboa, Ângelo Barbosa explicou que é por ter como missão a produção e disseminação de conhecimento sobre Cabo Verde e sua diáspora que apresentou esta quinta-feira, 23, em Lisboa, o trabalho do instituto, visando também articular-se com académicos e organizações sociais locais para partilhar conhecimentos e fortalecer a rede global da diáspora cabo-verdiana.
“A missão é ligar essa diáspora espalhada através do conhecimento e reforçar o conhecimento que temos sobre nós mesmos”, afirmou Barbosa, enfatizando a importância de engajar-se em todos os quadrantes onde os cabo-verdianos estejam presentes, consolidando temas de interesse que abrangem desde a história e língua até questões socio-económicas.
Neste sentido, o Instituto Pedro Pires de Estudos Cabo-verdianos quer expandir o seu trabalho para Portugal, mas também outros países com “significativa” presença de cabo-verdianos, tendo destacado que com uma década de existência, o instituto ainda se considera uma entidade em fase de estruturação e definição de suas áreas de interesse, mas acredita que a forma da organização reside na sua capacidade de conectar-se com académicos cabo-verdianos globalmente.
“Nos Estados Unidos temos sim acesso a uma rede grande de cabo-verdianos que trabalham em várias universidades e nesta rede nós desenvolvemos vários tipos de projectos, não só académicos, mas projectos também que têm por base essa ligação com a comunidade cabo-verdiana que é muito vasta nos Estados Unidos”, explicou, indicando que entre esses projectos, destaca-se um programa educacional na BSU, onde estudantes podem explorar a história e a língua cabo-verdiana, além de outras temáticas relevantes.
De acordo com Ângelo Barbosa, a colaboração não se limita ao âmbito académico tendo mencionado a parceria com importantes organizações sociais na região da Nova Inglaterra e a realização de workshops, conferências e eventos que envolvem tanto a comunidade universitária quanto a sociedade civil.
“Trabalhamos a questão da língua cabo-verdiana, que é muito importante para o instituto e para a comunidade cabo-verdiana nos Estados Unidos, até eu acho que a partir dos Estados Unidos há um movimento de liderança à volta da problemática da língua cabo-verdiana, que é uma agenda muitíssimo importante e complexa para nós”, frisou, destacando a colaboração com a Universidade de Cabo Verde e outras entidades para promover a língua e desenvolver programas académicos, como o mestrado em Língua Inglesa.
De acordo com Ângelo Barbosa, o instituto também explora áreas estratégicas como música, história, educação, saúde e tecnologia, lembrando que em Janeiro, liderou uma visita de estudos à ilha do Fogo com alunos da Bridgewater State University para investigar a economia local e questões de sustentabilidade, experiência, proporcionou aos alunos uma compreensão profunda da realidade cabo-verdiana.
Na área da música, um dos projectos de destaque é o Museu Virtual da Música de Cabo Verde, desenvolvido em parceria com a pesquisadora Gláucia Nogueira, inicialmente lançado em português, agora também está disponível em inglês e planeia incluir conteúdos em língua cabo-verdiana, democratizando o acesso à informação para a diáspora.
Durante sua estadia em Lisboa, Ângelo Barbosa tem participado em reuniões com diversos líderes e organizações cabo-verdianas, explorando oportunidades de colaboração que podem gerar iniciativas de impacto conjunto, destacando que embora as redes sociais facilitem a comunicação, ainda é necessário um esforço proactivo para garantir que todos estejam alinhados e cientes das actividades uns dos outros.
DR/ZS
Inforpress/Fim
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