Investigadora do IMar realça importância da partilha de conhecimento sobre resiliência climática e produtividade marinha

São Filipe, 11 Out (Inforpress) – A investigadora do IMar Yara Rodrigues destacou a importância da partilha de experiências e resultados científicos na IV Conferência da Década do Oceano, onde apresentou as campanhas científicas do instituto sobre produtividade e resiliência climática dos ecossistemas marinhos.

Yara Rodrigues fez a sua comunicação sobre o Mission Around Africa (a bordo do OceanXplorer) e projecto Bioindicadores da Resiliência Climática (a bordo do Malizia Explorer), no âmbito da IV Conferência da Década do Oceano, Promovida pela Presidência da República, na ilha do Fogo, nos dias 10 e 11.

A investigadora do Instituto do Mar (IMar) explicou que a campanha Mission Around Africa, realizada em Março a bordo do navio OceanXplorer e financiada pela OceanX e OceanQuest, foi liderada pelo IMar em parceria com a Universidade Técnica do Atlântico (UTA), Geomar e a Biosfera.

O principal objectivo, segundo avançou,  foi estudar a importância ecológica dos montes submarinos de Cabo Verde, com destaque para o Monte Nola, e compreender as dinâmicas ecológicas e de gestão dessa região.

“Então estivemos a bordo do Ocean Explorer (...) queríamos conhecer um pouco mais sobre as dinâmicas ecológicas que vamos ter nesta região e principalmente tentar entender como é que depois podemos tornar isto e efectivá-lo em questões de gestão”, contou.

Segundo Yara Rodrigues, foram recolhidas informações valiosas sobre o mar profundo, actualmente em fase de análise, nomeadamente imagens e dados que estão a ser processados com o apoio da inteligência artificial.

“Criámos um programa, através da OceanX, que permite a análise e anotação de dados em tempo real”, referiu, adiantando que foram observadas espécies raras e algumas potencialmente novas para a ciência.

Paralelamente, o IMar coordena o projecto Bioindicadores da Resiliência Climática, financiado pela Cooperação Luxemburguesa, que visa avaliar o estado de saúde dos oceanos cabo-verdianos através da recolha de dados em todas as ilhas.

Explicou que o estudo centra-se em bioindicadores como corais e ervas marinhas, essenciais para medir os efeitos das alterações climáticas e a capacidade de regeneração dos ecossistemas marinhos.

AV/ZS

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