Cidade da Praia, 05 Jul (Inforpress) - O Presidente da República destacou hoje a importância das novas gerações para os próximos 50 anos de Cabo Verde, defendendo o investimento contínuo na juventude como motor da inovação, inclusão, transição digital e desenvolvimento sustentável.
“Queremos, também, que os próximos 50 anos sejam marcados pelo protagonismo das novas gerações, mais de 60% da nossa população tem menos de 30 anos um capital humano precioso que deve ser mobilizado para liderar os processos de inovação, de transição digital e energética, de inclusão social e de aprofundamento democrático”, precisou.
José Maria Neves, que falava no final desta tarde na sessão evocativa do cinquentenário da independência nacional, reforçou o compromisso do Estado com a juventude e com a Agenda 2030 e que vão continuar a investir a educação, na formação, na criação de oportunidades e na valorização do talento nacional, “para que nenhum jovem cabo-verdiano fique para trás”.
O objectivo, segundo o chefe de Estado, é projectar um Cabo Verde “moderno, justo e solidário”, que se afirme pela força dos seus valores e pela qualidade da sua contribuição para o bem comum da humanidade.
José Maria Neves destacou, ainda, a história do povo cabo-verdiano como exemplo de superação, um povo que “venceu a escassez com engenho, a dispersão com união e o isolamento com diplomacia”.
“Sejamos dignos desta herança, e juntos, façamos dos próximos cinquenta anos um novo ciclo de conquistas mais verdes, mais digitais, mais humanas”, realçou.
Segundo disse, neste dia pleno de significado histórico e de profundo sentido nacional, Cabo Verde celebra meio século de independência nacional e de construção colectiva, uma trajetória “forjada no sonho, temperada na resiliência e sustentada na coragem e no labor perseverante do povo cabo-verdiano”.
José Maria Neves descreveu a trajetória de Cabo Verde na cena internacional como "pautada pela dignidade, pela coerência de princípios" e pela determinação em afirmar a singularidade do país e a justeza do seu projeto de desenvolvimento no concerto das nações.
“São cinquenta anos de enormes conquistas com efetivo crescimento económico e social, notável elevação dos indicadores de desenvolvimento humano e consolidação de um Estado de direito democrático”, apontou.
Entretanto, sublinhou que Cabo Verde permanece vulnerável, o que decorre da sua natureza de Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento, mas o país tem envidado todos os esforços para aumentar a resiliência da economia e reduzir a exposição aos choques externos, climáticos e geopolíticos.
O chefe de Estado lembrou ainda que Cabo Verde deixou de ser apenas um receptor de cooperação para se afirmar como um parceiro ativo na procura de soluções globais.
“A sua diáspora, presente nos quatro cantos do mundo, tem sido também uma ponte viva entre o país e a comunidade internacional, contribuindo decisivamente para afirmar a cultura cabo-verdiana, os seus valores e a sua vocação universal”, realçou.
Para o Presidente da República, é essa a visão de um país africano, insular, atlântico e universal que continuará a orientar a acção externa de Cabo Verde num contexto internacional de tensões e incertezas, ameaças à ordem multilateral e aos direitos humanos, mas o país reafirma o seu compromisso com os valores da paz, da justiça e do primado do direito.
Promovida pela Presidência da República, a sessão contou com a participação de várias entidades, entre eles o Grão-Duque Henri do Luxemburgo, a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, entre outras individualidades.
No dia 04 de Julho de 1975, os 56 deputados eleitos a 30 de Junho, representando os 24 círculos eleitorais do país, reuniram-se pelas 16:30 no Salão Nobre da Câmara Municipal da Praia.
Nessa sessão, além do texto da proclamação da República de Cabo Verde, foi aprovada, por unanimidade, a Lei da Organização Política do Estado (LOPE) que atribuiu a Amílcar Cabral o título de Fundador da Nacionalidade.
A Independência Nacional foi proclamada no dia 05 de Julho de 1975 pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Abílio Duarte, no Estádio da Várzea, na cidade da Praia.
AV/CP
Inforpress/Fim
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