Cidade da Praia, 05 Jul (Inforpress) – O Presidente da República de Portugal, felicitou fraternalmente Cabo Verde pela sua independência e pelo caminho percorrido e saudou a democracia cabo-verdiana com uma mensagem de “gratidão, admiração e confiança no futuro promissor” do país.
Marcelo Rebelo de Sousa, que participou na sessão evocativa do cinquentenário da independência nacional, realizada em frente ao Quartel Jaime Mota, na Praia, proferiu o seu discurso com profundo respeito, e em seis palavras-chave deixou uma mensagem de solidariedade, reconhecimento e de gratidão ao povo cabo-verdiano.
O chefe de Estado português começou por expressar felicitação fraternal, saudando o percurso rumo à independência, iniciado com a luta comum com a Guiné-Bissau e inspirado pelo sonho de Amílcar Cabral, figura que condecorou simbolicamente em nome de Portugal e dos portugueses.
Prosseguiu com uma homenagem ao universalismo do povo cabo-verdiano, sublinhando a presença da sua diáspora nos quatro cantos do mundo como expressão de cidadania global.
“Terceira palavra, o reconhecimento pela vossa inteligência, sabendo usar a nossa língua comum (…), mas sabendo também enriquecê-la com os vossos crioulos juntando língua com plataforma universal entre oceanos, continentes e povos e língua com uma afirmação própria e inconformidade”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou a admiração pela democracia cabo-verdiana, apontando o país como exemplo no contexto africano e internacional em termos de Estado de Direito, respeito pelos direitos humanos e funcionamento regular das instituições democráticas.
Expressou ainda gratidão por tudo quanto Portugal e o mundo devem a Cabo Verde, recordando as complexas relações históricas, mas também a capacidade de ambos os povos em transformá-las em proximidade e cooperação genuína.
Concluiu com uma mensagem de confiança no futuro, afirmando que a juventude cabo-verdiana é a prova de que o país está preparado para os próximos 50 anos.
Na ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou o compromisso de Portugal em permanecer ao lado de Cabo Verde, partilhando aprendizagens e desafios, unidos pela história, pela cultura e por laços de humanidade.
O Presidente português terminou evocando figuras emblemáticas cabo-verdianas, da literatura ao desporto, como Cesária Évora, Germano Almeida, Eugénio Tavares, Soraia Tavares, entre outros, como símbolos da riqueza cultural que une ambos os povos e projecta Cabo Verde no mundo.
A cerimónia contou também com a intervenção do Grão-Duque Henri do Luxemburgo, do Presidente da República, José Maria Neves, secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed e outras individualidades.
No dia 04 de Julho de 1975, os 56 deputados eleitos a 30 de Junho, representando os 24 círculos eleitorais do país, reuniram-se pelas 16:30 no Salão Nobre da Câmara Municipal da Praia.
Nessa sessão, além do texto da proclamação da República de Cabo Verde, foi aprovada, por unanimidade, a Lei da Organização Política do Estado (LOPE) que atribuiu a Amílcar Cabral o título de Fundador da Nacionalidade.
A Independência Nacional foi proclamada no dia 05 de Julho de 1975 pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Abílio Duarte, no Estádio da Várzea, na cidade da Praia.
AV/CP
Inforpress/Fim
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