Cidade da Praia, 30 Abr (Inforpress) - O PAICV pediu hoje que as comemorações do 50.º aniversário da Independência Nacional sejam momentos que valorizam a Nação “por inteiro”, de trabalho para a união e “ampla e benéfica” reconciliação nacional, “sem complexos e preconceitos”.
A exortação foi feita na cidade da Praia pelo líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Rui Semedo, durante uma conferência de imprensa, no âmbito da celebração dos 50 anos da Independência de Cabo Verde.
"Façamos destas comemorações momentos que valorizam a Nação por inteiro, que reconhecem os esforços e sacrifícios de todos e que dignificam cada gesto de entrega e batalha por esta causa fundante da nossa existência enquanto país soberano”, manifestou.
Segundo a mesma fonte, para o PAICV ainda se está a tempo de avaliar e tornar esta comemoração num “momento de pacificação” com “todos os fantasmas” e trabalhar para a união e para uma “ampla e benéfica” reconciliação nacional sem complexos e sem preconceitos.
Isto porque, apontou, “contra todas as expectativas, começamos da pior forma”, pondo ênfase nas “quezílias mesquinhas que nos tornam menores” e que sobrevaloriza os factores da desunião.
Referiu que este momento deverá ser de exaltação do orgulho nacional, da união de todos para a celebração das conquistas e dos ganhos e para o posicionamento perante os desafios, que “ainda são enormes”.
“E o momento da tomada de consciência que o futuro melhor depende do envolvimento e da participação cidadã de todos, individual e coletivamente”, reiterou.
Um momento, continuou, que seria a oportunidade para se dar “um sinal claro” de que o país já está numa “fase avançada de reconciliação com a própria história”, de valorização do percurso global e de reconhecimento que a independência “não foi uma dádiva, mas sim uma conquista”.
O líder da oposição reafirmou que a conquista simboliza, por um lado, o corolário da resistência e de uma luta bem-sucedida e, por outro lado, o começo de uma nova etapa, aquela etapa sonhada por Amílcar Cabral de construir “uma nova terra dentro da nossa própria Terra”.
“Sim, a independência tem protagonistas que a idealizaram e a concretizaram com objetivos claros, com estratégias bem definidas, com planos e projetos estruturados, com alianças conquistadas e com lideranças lúcidas e inovadoras” enfatizou.
Rui Semedo assinalou ainda que falar da Independência Nacional é falar de uma das páginas “mais belas e mais bem escritas com o suor e o sacrifício” dos cabo-verdianos, e “ignorar a gesta” que conduziu a esse “ponto cimeiro” do percurso do país é “amputar” a história do povo cabo-verdiano.
Assim, finalizou, o PAICV se associa a todos aqueles que manifestaram a sua indignação pela forma como se organizou o acto de abertura da comemoração do cinquentenário da independência.
“Por mais que não gostemos, Cabo Verde é um país independente e para concretização deste desiderato foi necessário a existência de idealistas e aventureiros que acreditaram que era possível sim abraçar o sonho de batalhar pela liberdade, pela emancipação, pela independência e pela transformação da utopia em realidade possível e palpável”, comentou o líder do PAICV.
SC/AA
Inforpress/Fim
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