São Filipe, 23 Set (Inforpress) – O Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), em parceria com o Unicef, promoveu hoje uma acção de formação para unificar a linguagem e os procedimentos entre os profissionais das instituições que lidam com casos de agressão sexual.
Na formação participaram profissionais da Saúde, da Polícia Nacional, do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) dos três municípios da ilha na temática de tratamento de casos de agressão sexual contra crianças e adolescentes.
A presidente do INML, Ineida Cabral Sena, disse que esta iniciativa surge da necessidade de garantir que todas as entidades envolvidas, desde o primeiro atendimento policial até a avaliação forense, tenham uma abordagem coordenada, sensível e eficiente.
“É de suma importância que possamos ter a mesma linguagem, a mesma forma de abordar as nossas crianças e adolescentes e, também, que possamos manter o mesmo trabalho, a mesma forma de transmitir as informações, para que o legislador possa ter mais clareza e possamos ter uma justiça mais justa”, afirmou Ineida Cabral Sena.
Apesar de estar originalmente prevista também para a ilha Brava, questões de transporte impediram a representação da ilha no evento, contando a formação com a participação de profissionais dos Mosteiros, São Filipe e Santa Catarina do Fogo.
Além da abordagem adequada às vítimas, a formação também tem foco na correcta recolha e preservação de vestígios, aspecto crucial para o sucesso das investigações e posterior responsabilização dos agressores.
“Muitas vezes, os vestígios são perdidos porque a criança ou a mãe já tomou banho ou lavou a roupa e, quando não temos vestígios, não podemos incriminar ninguém”, explicou a presidente do INML.
A formação faz parte de um esforço contínuo do INML e da Unicef que já passou por Santiago Norte e Santo Antão, e que agora chega ao Fogo, uma das regiões com número considerável de casos reportados de agressão sexual infantil, segundo dados estatísticos.
A iniciativa visa capacitar os profissionais que estão na linha da frente, como polícias, médicos, psicólogos e assistentes sociais, para garantir um atendimento humanizado, eficaz e juridicamente sólido às vítimas de violência sexual.
JR/HF
Inforpress/Fim
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