CEDEAO: Representante defende maior divulgação da comunidade junto dos estudantes

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CEDEAO: Representante defende maior divulgação da comunidade junto dos estudantes
24/05/24 - 02:55 pm

Cidade da Praia, 24 Mai (Inforpress) – O representante residente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) destacou hoje a excelência das relações entre Cabo Verde e a comunidade, mas defendeu uma maior divulgação junto dos estudantes.

Samuel Lamptey que falava à imprensa, à margem da cerimónia de celebração do 49º aniversário da CEDEAO, que decorreu hoje no liceu Manuel Lopes, em Calabaceira, sob o tema “Reforçar a união regional, paz e segurança”, sublinhou que as relações com o país são boas a nível governamental, mas também entre as pessoas.

O responsável explicou que a CEDEAO tem feito intervenções a nível local aqui nas ilhas, mas sublinhou que é preciso trazer a comunidade junto dos mais novos para terem um maior conhecimento de modo a fomentar um maior sentido de pertença e envolvimento já que Cabo Verde é membro integrante desde 1977.

“Enquanto estudante do secundário, aprendi no liceu sobre diferentes organizações, inclusive a CEDEAO e as Nações Unidas, mas hoje em dia muitos jovens não sabem e não têm conhecimento sobre a comunidade”, precisou o representante que propôs a introdução deste conteúdo nas escolas.

Adiantou que é neste sentido, que a comunidade tem estado a desenvolver várias actividades e acções sobre a CEDEAO junto das escolas para que, no futuro, esses jovens possam ser juízes, comissários nesta organização africana.

Questionado sobre a dívida de 32 milhões de dólares que Cabo Verde tem junto da CEDEAO, Samuel Lamptey considerou que é uma questão “difícil”, mas avançou que já existe um acordo para o país resolver a situação.

"Muito brevemente Cabo Verde vai liquidar ou vai começar a trabalhar para o pagamento dessas dívidas, mas a questão aqui não é tanto monetária, então, muitas vezes quando essa questão é colocada as pessoas não se sentem tão à vontade”, apontou.

Entretanto admitiu que esta situação de incumprimento tem impedido o país em relação a alguma posição, mas mostrou-se optimista que a situação fique resolvida num curto espaço de tempo.

Na mesma linha, disse que a CEDEAO tem estado a encorajar o país no sentido de apostarem no comércio intra-regional, como forma, também, de fazer baixar a dívida.

O representante realçou ainda que, neste momento, o Comissário dos Recursos Humanos da CEDEAO é um cabo-verdiano e que existem também vários outros em diferentes posições.

Por seu turno, o professor da Uni-CV, Vladimiro Furtado, que irá falar sobre a “Integração Política e Institucional”, considerou que o facto do país ter ainda uma dívida elevadíssima junto da comunidade, coloca algumas questões quanto à sua vontade política de estar completamente integrada de participar de todas as actividades, de ter o direito à vez e à voz que se espera de um Estado-membro da comunidade.

“Creio que é um empecilho muito grande que cabe aos dirigentes governamentais cabo-verdianos tentar encontrar uma solução para sair deste imbróglio político, neste caso”, apontou.

Vladimiro Furtado disse também que o facto de Cabo Verde ter um comissário é um bom sinal e uma medida muito positiva, o que representa também a intenção do país em colaborar com a organização no sentido de melhorar a sua plena integração económica, política e social.

A CEDEAO foi criada em 1975 quando 15 Chefes de Estado e de Governo da África Ocidental assinaram o tratado em Lagos, Nigéria com o intuito de promover o nível de vida dos seus povos, manter e reforçar a estabilidade económica, fomentar as relações entre os Estados-membros e contribuir para o progresso e desenvolvimento do continente africano.

AV/HF

Inforpress/Fim

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