Cidade da Praia, 16 Out (Inforpress) – O cardeal Arlindo Furtado disse hoje que o ser humano deve fazer “um bom uso” da Inteligência Artificial (IA), instrumento que ele considera “valioso” ao serviço da humanidade.
“A Inteligência Artificial deve ser bem utilizada e sem que o ser humano jamais perca, com a sua inteligência, as suas emoções, a sua realidade plena”, afirmou o também bispo de Santiago.
Dom Arlindo Furtado fez estas considerações ao presidir à cerimónia de abertura do III Simpósio Internacional da Escola Universitária Católica de Cabo Verde (EU-Católica), enquanto grão-chanceler desta instituição de ensino superior.
“Quanto mais críticos formos, quanto mais procurarmos as causas das coisas, e as consequências, nós estamos a ser verdadeiramente humanos inteligentes”, indicou o primeiro responsável da Igreja Católica na região do Sotavento.
A mesma fonte indicou que a ética e a bioética, que abrangem todas as áreas da realidade humana, “nos ajudam a saber fazer o discernimento das coisas, entre aquilo que é bom, aquilo que é mau, aquilo que é conveniente, aquilo que é inconveniente”.
Para o prelado, desta forma o mundo estará melhor preparado para fazer uso da Inteligência Artificial, “que é o fruto da razão humana, e que nos pode levar ainda mais longe”.
Referindo-se à EU Católica, o cardeal disse que a intenção, ao dar corpo a esse projeto, “não é concorrer com as outras universidades presentes no país, é complementar, aprofundar áreas que poderiam correr o risco de estarem ausentes ou não suficientemente tratadas”.
“Eu estou convencido que esse simpósio reflecte isto mesmo. Estes temas, esses assuntos, são profundamente específicos, nossos”, lançou o bispo da diocese de Santiago, desejando que todo o conhecimento esteja ao serviço do ser humano.
Por outro lado, congratulou-se com os temas agendados para serem debatidos durante o evento.
“São temas do nosso contínuo tratamento, porque fazem parte da realidade humana enquanto tal”, frisou o cardeal, acrescentando que o mundo se encontra “bastante fragmentado”.
É preciso, acrescentou, que, juntamente com o avanço das ciências e dados, da lógica, da matemática, das tecnologias (…) “desenvolvamos aquilo que hoje se chama com frequência a inteligência do coração, a sabedoria do coração”.
“A filosofia tem o papel de nos ajudar a procurar as causas das coisas e as consequências das coisas. Portanto, o papel da filosofia é importante”, indicou Arlindo Furtado disse ainda há que “promover e aprimorar o juízo crítico” nesse mundo que corre o risco de ser seguidor de um pequeno grupo de influenciadores e de ideólogos.
O Simpósio, que debate desafios colocados à investigação científica no concernente à filosofia e à bioética, decorre de hoje a sábado, 18.
LC/AA
Inforpress/Fim
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