Presidente da República apela a “resposta firme e constante” contra a VBG nos 16 Dias de Activismo

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Presidente da República apela a “resposta firme e constante” contra a VBG nos 16 Dias de Activismo
25/11/25 - 10:53 am

Cidade da Praia, 25 Nov (Inforpress) - O Presidente da República afirmou hoje que nenhum país poderá considerar-se plenamente livre enquanto persistirem práticas de violência que atingem mulheres e meninas, defendendo que este flagelo exige respostas firmes, articuladas e sustentadas por toda sociedade.

Em mensagem de vídeo dirigida ao país por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e do início dos 16 Dias de Activismo, José Maria Neves afirmou que nenhuma sociedade pode proclamar-se livre se metade da sua população vive sob medo.

A violência baseada no género, reforçou, é um problema colectivo e não privado, constituindo um “retrocesso civilizacional” que exige resposta firme, permanente e articulada.

Ao assinalar os 50 anos da independência de Cabo Verde, o chefe de Estado destacou que a liberdade conquistada em 1975 só se realiza plenamente quando todos mulheres e homens têm igual oportunidade de existir, sonhar e prosperar.

Porém, sublinhou que o país continua a enfrentar uma “violência que se infiltra no quotidiano, que rompe lares, que silencia vozes e que diminui vidas”, referindo-se à violência baseada no género, que classificou como “rutura moral” e “atentado à própria ideia de República”.

O chefe de Estado reafirmou o seu empenho em defender os direitos das mulheres e em elevar a voz da nação contra todas as formas de violência, apelando para que nenhum cabo-verdiano tenha de viver “entre o medo e a sobrevivência”.

Incentivou instituições públicas, privadas e comunitárias a reforçarem mecanismos de prevenção, acolhimento e resposta às vítimas, sublinhando que a dignidade humana exige celeridade e humanidade na atuação.

Na sua mensagem, José Maria Neves dirigiu ainda um apelo directo aos homens cabo-verdianos, afirmando que “não basta não praticar violência, é preciso rejeitá-la onde quer que ela exista”, educar pelo exemplo e confrontar comportamentos que desumanizam.

A mudança de mentalidades, defendeu, é um dever colectivo, mas convoca especialmente a responsabilidade masculina.

O chefe de Estado destacou também que a igualdade de género não é uma agenda ideológica, mas sim um imperativo de justiça, ética e cidadania, essencial ao progresso económico, à paz social e à evolução democrática do país.

Para José Maria Neves, celebrar meio século de independência significa também assumir a construção de uma “independência moral”, onde a dignidade de cada mulher seja inviolável.

A campanha global dos 16 Dias de Activismo decorre de 25 de Novembro a 10 de Dezembro e mobiliza este ano a comunidade internacional sob o lema “UNiTE to End Digital Violence against All Women and Girls”, ("Unidos para Acabar com a Violência Digital contra Todas as Mulheres e Raparigas", em português) com foco no combate a novas formas de agressão no ambiente virtual.

O Presidente concluiu, apelando à construção de um Cabo Verde “mais justo, mais humano e mais livre”, onde mulheres e homens caminhem lado a lado, em igualdade, respeito e esperança.

LT/CP

Inforpress/Fim

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