
Cidade da Praia, 17 Nov (Inforpress) – A directora nacional da Saúde (substituta) assegurou hoje que prevenir o parto prematuro e melhorar os resultados dos bebés prematuros começa com uma gravidez saudável que exige acompanhamento.
“Em Cabo Verde a taxa de mortalidade no neonatal ronda os 10,8 óbitos por mil nascidos vivos em 2022 e a prematuridade ronda os 6,0 por cento (%), sobretudo onde a maioria dos nascimentos acontecem. As afecções perinatais representam 65,6% das causas de óbitos infantis, tendo a prematuridade em peso significativo, sobretudo a extrema”, disse, Yorleydis Rosabal no acto central de uma actividade para assinalar o Dia Mundial da Prematuridade, celebrado a 17 de Novembro.
No evento que aconteceu sob o lema “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes” a mesma acrescentou que os dados interpelam o sector que quer atingir o patamar da “excelência com indicadores robustos e que traduzam o esforço do país”.
Avançou ainda que estes dados, devem-se ao esforço desenvolvido e o compromisso político dos sucessivos governos e o apoio dos parceiros como OMS e Unicef, bem como dos profissionais de saúde cujos esforços têm reflectido nos avanços significativos.
A organização dos serviços, a ampliação da rede de prestação de cuidados, a capacitação contínua e a formação dos técnicos foram também apontadas como um grande avanço na melhoria das respostas à saúde materna e infantil.
“A prematuridade reflecte realidades sociais, económicas e comportamentais, representando ainda um desafio complexo. Mas é também uma oportunidade para mostrarmos que o compromisso com a vida começa antes do nascimento”, afiançou, enfatizando a necessidade de se assegurar que cada criança tenha o direito de iniciar a vida “com dignidade, segurança e cuidados adequados”.
Por sua vez, a representante residente adjunto de Unicef, Unfpa e Pnud em Cabo Verde, Anne Chyzhkova lembrou que a data exige “reflexão e acção”, uma vez que lembra que cada vida conta e que cada nascimento prematuro exige um compromisso renovado com a saúde.
“Segundo a OMS e Unicef, dados de 2020, todos os anos, cerca de 13,4 milhões de bebés nascem prematuros no mundo. Em Cabo Verde, de acordo com os dados, cerca de 6,2% de recém-nascidos são prematuros e cerca de 70% das mortes neonatais estão associadas à prematuridade”, disse apelando a um maior investimento na prevenção e no cuidado por forma a garantir que cada criança tenha a oportunidade de crescer saudável.
Já a representante da OMS em Cabo Verde, Ann Lindstrand, sublinhou que metade dos bebés nascidos com 32 semanas, ou menos, morrem por falta de cuidados acessíveis e adequados em países de baixo rendimento.
“Constatamos a eliminação de Sarampo e Rubéola, pelo programa de vacinação fantástico existente em Cabo Verde, mas falta agora a conquista para salvar vidas no primeiro mês de vida das crianças cabo-verdianas”, ressaltou reconhecendo os avanços notáveis do país na saúde materna e infantil.
Face a estes ganhos, garantiu que a OMS está comprometida a apoiar Cabo Verde e todos os países na implementação desta intervenção baseada em evidências e no fortalecimento do sistema de saúde e garantia de que cada bebé que nasce tenha a melhor oportunidade de sobreviver e prosperar.
PC/HF
Inforpress/Fim
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