
Cidade da Praia, 05 Nov (inforpress) – O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, exigiu hoje um maior investimento em investigação, classificando a ciência como um factor essencial para a autonomia, resiliência e esperança de Cabo Verde, e não como um "luxo académico".
As declarações foram proferidas na sessão de abertura do VI Congresso Nacional de Investigação em Saúde, que decorre hoje e quinta-feira, no TechPark, na capital, sob o tema “Cancro e ciência: desafios e perspectivas no contexto da transição epidemiológica”.
“A ciência deve falar com sotaque cabo-verdiano. A investigação em saúde é uma ponte entre a evidência e a decisão, sendo que cada estudo, cada dado recolhido, cada artigo publicado, tem o potencial de moldar políticas públicas mais eficazes, mais justas e mais centradas nas pessoas”, disse, ressaltando que o congresso é um espaço de responsabilidade partilhada entre investigadores que produzem conhecimento, gestores que o traduzem em acção e decisores políticos que o transformam em prioridade orçamental e institucional.
Prosseguiu, destacando como marcos da estratégia nacional a expansão do acesso à quimioterapia, os avanços na patologia molecular e o fortalecimento de parcerias regionais.
Contudo, Jorge Figueiredo alertou para a necessidade de ir além do progresso já alcançado.
“Precisamos de sistemas de informação robustos, de biobancos nacionais, de ensaios clínicos contextualizados, e de redes de investigação capazes de dialogar com a prática clínica e com a realidade dos nossos hospitais e centros de saúde”, defendeu.
A ciência cabo-verdiana precisa, segundo o ministro, de ousadia e integridade para se traduzir em vidas salvas através de políticas públicas que garantam os meios necessários.
Por sua vez, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima, lembrou que o Congresso Nacional de Investigação em Saúde foi instituído em 2019 como espaço de disseminação de conhecimentos científicos e tecnológicos sobre saúde e os seus determinantes.
Neste âmbito, realçou que em termos de investigação e publicações Cabo Verde é o país com o menor número de investigações publicadas em revistas internacionais entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
“É necessário investir mais na investigação e criar cultura de investigação, no país, desde criança e em varias área”, alertou apontando também a necessidade de um maior investimento financeiro neste domínio.
O evento, que reúne investigadores, decisores e estudantes, visa promover a partilha de conhecimentos e discutir estratégias de resposta ao cancro.
Esta edição do Congresso abordará temas cruciais como a epidemiologia do cancro, avanços no diagnóstico precoce, determinantes socio-ambientais e prioridades de investigação em oncologia.
PC/CP
Inforpress/Fim
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