Associação quer promover inclusão de surdos com melhoria de condições em diversas áreas sociais

Cidade da Praia, 05 Nov (Inforpress) – A presidente da Associação de Familiares e Amigos de Surdos de Cabo Verde (AFAS-CV) disse hoje que a agremiação pretende promover a inclusão social de surdos no país, defender os seus direitos e apoiar familiares em diversas áreas.

Em declarações à Inforpress, Ângela Lopes apontou os principais desafios dos surdos em Cabo Verde, que incluem a falta de reconhecimento e intérpretes da língua gestual e a comunicação com os familiares, afirmando que a maioria das famílias não conseguem comunicar fluentemente com os seus parentes surdos devido à falta de conhecimento da língua gestual.

“Sem língua gestual, não há diálogo na comunidade surda”, indicou, informando que esta associação trabalha como mediador de comunicação de famílias e que pretendem apostar na formação da língua gestual para ultrapassar este obstáculo.

Destacou ainda a escassez de intérpretes como outro desafio e defende a necessidade de formar mais profissionais para garantir oportunidades de comunicação em qualquer lugar.

Em Cabo Verde, avançou, há somente a língua gestual cabo-verdiana, contudo, o mais utilizado nas escolas é a língua portuguesa e que isto tem causado constrangimentos no nível de ensino, levando muitos alunos surdos a desistir.

Ângela Lopes destacou a importância da promoção do bilinguismo. língua portuguesa escrita e língua gestual cabo-verdiana, essencial para a comunicação e integração dos surdos e defende a necessidade de “maior responsabilidade social na inclusão”.

Por outro lado, a presidente da AFAS-CV salientou que “há ainda muito a fazer” a nível de políticas públicas de inclusão no arquipélago.

Em Cabo Verde estima-se que existam neste momento mais de cinco mil pessoas com deficiências auditivas e surdas.

A AFAS-CV tem como missão e objectivos fomentar a educação e a formação de surdos, sensibilizar a sociedade para a temática da surdez, combatendo preconceitos e promovendo a aceitação e integração plena, prestar apoio jurídico, psicológico e social aos familiares de pessoas surdas e criar e desenvolver projectos culturais, educativos e recreativos para surdos.

Colaborar com órgãos públicos e privados, organizações não-governamentais, e outras associações, com o objectivo de promover os direitos dos surdos em Cabo Verde, constitui também uma outra aposta desta associação.

DG/AA

Inforpress/Fim