Cidade da Praia, 16 de Out (Inforpress) – A nutricionista Helena Sapinho enfatizou hoje a importância de uma alimentação saudável e equilibrada para a prevenção de várias doenças, destacando a necessidade de uma mudança de mentalidade e adoção de hábitos alimentares mais conscientes.
A especialista, que falava em entrevista à Inforpress por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que se assinala hoje, reforçou a ideia de que a saúde está directamente ligada aos hábitos alimentares, incentivando a população a adoptar hábitos alimentares mais saudáveis.
O lema deste ano, "De mãos dadas para uma alimentação melhor e um futuro melhor", incentiva a colaboração global para criar um futuro pacífico, sustentável, próspero e com segurança alimentar para todos.
Helena Sapinho realçou que este dia é "muito importante" para que as autoridades reflitam sobre a necessidade de melhorar o salário mínimo para que todos tenham o poder de compra de acordo com a realidade.
"Com um salário baixo, as famílias são obrigadas a comprarem o mínimo para sobreviverem", sublinhou, recomendando que mesmo com as condições mínimas, as pessoas devem escolher os alimentos mais saudáveis para alimentação, como frutas, verduras, legumes, leite, iogurtes, arroz, feijão, entre outros alimentos.
Recomendou para se evitar comprar alimentos como salsicha, chouriço, refrigerantes, sucos de caixinhas, entre outros alimentos não adequados para a saúde.
A profissional de saúde aconselha ainda evitar o consumo demasiado de açúcar, sal, gorduras saturadas e alimentos processados ou ultraprocessados.
A nutricionista considera que actualmente em Cabo Verde é "muito difícil" fazer uma alimentação saudável devido ao aumento dos preços dos produtos no mercado.
Neste particular, afirmou que o poder de compra afecta directamente a capacidade de ter uma alimentação saudável, pois a falta de recursos limita o acesso a alimentos mais nutritivos.
Uma alimentação saudável geralmente requer o investimento em produtos frescas que podem ter um custo mais elevado em comparação com alimentos ultraprocessados e industrializados, que são muitas vezes mais baratos e acessíveis, mas menos saudáveis.
Segundo afirmou, é preocupação crescente os problemas de saúde em Cabo Verde relacionados à má qualidade de alimentação nas crianças, jovens e adultos.
"Tudo isto exige uma abordagem preventiva por parte da população e das autoridades, organizações com mais aposta nas medidas de sensibilização junto das escolas, comunidades, entre outros espaços, contribuindo para uma sociedade mais saudável.
Sapinho abordou ainda os perigos que uma má alimentação traz para a saúde, com destaque sobretudo para o risco de doenças crónicas não transmissíveis, incluindo diabetes, obesidade, colesterol, hipertensão arterial, obstipação intestinal, até mesmo cancro.
Para evitar esses males, recomendou práticas alimentares saudáveis, diminuição do consumo de sal e do açúcar.
Aconselha a consumo de saladas de frutas, verduras e legumes, enquanto em relação a bebidas desaconselha o consumo exagerado do álcool.
A aposta deve passar pela ingestão de mais água e sumos naturais e pratica regular de exercícios físicos.
Actualmente considera que a falta de tempo é um dos principais obstáculos que leva as pessoas a optarem por refeições rápidas e menos saudáveis, como alimentos industrializados e fast food.
“Para o bem da nossa saúde temos que arranjar tempo”, enfatizou, considerando que alimentos menos saudáveis podem ter um sabor mais atrativo, tornando-os mais convidativos mesmo quando se sabe que não são ideais para a saúde.
Esses obstáculos, segundo ela, podem levar a uma alimentação inadequada, que não fornece os nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo humano.
O Dia Mundial da Alimentação, comemorado no 16 de Outubro, foi criado com o intuito de desenvolver uma reflexão a respeito do quadro actual da alimentação mundial.
A data foi escolhida para lembrar a criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945. A primeira comemoração da data ocorreu no ano de 1981, quando o tema abordado foi “A comida vem primeiro”.
DG/JMV
Inforpress/Fim
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