Pequim, 16 Out (Inforpress) - A China defendeu hoje como legítima a sua cooperação energética com Moscovo, após Washington afirmar esperar que o país suspenda as compras de petróleo russo, à semelhança do prometido pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
"O comércio normal da China com países de todo o mundo, incluindo a Rússia, é legítimo e conforme as regras", afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian, em conferência de imprensa.
Lin acusou os EUA de praticarem "intimidação unilateral e coerção económica", que "violam gravemente as normas do comércio internacional e colocam em risco a segurança e estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais".
O porta-voz sublinhou que a posição da China em relação à guerra na Ucrânia "tem sido sempre objetiva e justa", sendo "clara, pública e amplamente reconhecida".
"Opomo-nos firmemente ao uso frequente da China como pretexto por parte dos Estados Unidos e ao abuso de sanções unilaterais ilegais e de jurisdição extraterritorial", acrescentou.
Lin advertiu ainda que, caso "os direitos da China sejam violados", Pequim "responderá com firmeza e salvaguardará resolutamente a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento".
Na quarta-feira, Trump declarou, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, que Modi lhe assegurou que a Índia irá suspender as importações de petróleo russo, como forma de reduzir as receitas energéticas de Moscovo, após a invasão da Ucrânia em 2022.
O líder norte-americano afirmou que "não gostou" que Modi comprasse petróleo à Rússia, pois isso "permite-lhe continuar a sua guerra absurda".
A Índia, a par da China, tem sido um dos principais compradores de crude russo, beneficiando de preços mais baixos desde a imposição de sanções ocidentais. Durante o seu mandato anterior, Trump impôs tarifas sobre as importações indianas, mas evitou penalizar diretamente a China devido às tensões comerciais em curso.
"Agora o meu objectivo é que a China faça o mesmo", afirmou Trump.
Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, e às "legítimas preocupações de segurança" de todas as partes envolvidas -- numa referência à Rússia, com quem Pequim intensificou os laços económicos e diplomáticos desde 2022.
Inforpress/Lusa
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