Cidade da Praia, 10 Out (Inforpress) – O secretário-geral do Movimento para a Democracia (MpD) manifestou-se hoje preocupado com a baixa taxa de fertilidade e natalidade em Cabo Verde, afirmando que se as coisas continuarem assim, até 2026 o país não terá gente para trabalhar.
Esta preocupação foi manifestada em declarações à imprensa, no âmbito da abertura da Sétima edição da Universidade de Verão da Juventude para a Democracia (JpD) que acontece de hoje a 12 do corrente mês na Cidade Velha.
Sobre o evento, Agostinho Lopes afirmou que o encontro tem tido um histórico de sucesso, uma vez que, sublinhou, vários dirigentes do Movimento para a Democracia (MpD) passaram por esta universidade.
Aproveitando a ocasião, alertou os jovens para o impacto do envelhecimento da população, causado não apenas pela emigração, mas também pela queda nas taxas de fertilidade e natalidade em Cabo Verde.
“A fertilidade tem diminuído, a natalidade imensa, nós passamos em 1980 de 2.75 filhos por família para 1.70 em 2020. É um desastre total. Se esse ritmo continuar, quando nós chegarmos em 2060 já não há gente para trabalhar”, disse.
Segundo acrescentou, Cabo Verde é pequeno, sobretudo em termos populacionais, não tem dimensão suficiente para construir mercado, oportunidades, e ter as melhores soluções do futuro.
“Desde 1990 que nós não estamos a crescer suficientemente em termos populacionais. A nossa juventude já não quer ter filhos, ninguém vai obrigar ninguém a ter filhos. Porque isso é uma lógica normal que vai acontecendo com a idade, aconteceu em todos os países desenvolvidos do mundo, não vai deixar de acontecer em Cabo Verde”, frisou.
No entanto, defendeu que a solução passa por valorizar aquilo que o país tem hoje, para quem não há outro caminho senão apostar na juventude.
“A juventude tem de ser conscientizada disso. Se calhar temos de levar isso para a escola. Para as crianças aprenderem a saber que para o país sobreviver tem de ter filhos”, disse.
Por outro lado, reconheceu que esta situação começa a atrair a comunidade africana da costa ocidental para Cabo Verde, o que a seu ver representa uma oportunidade demográfica, mas que traz também desafios culturais, comportamentais e sociais.
Daí que considerou que é necessário enfrentar essas questões sem tabus, com coragem e capacitação, para garantir que o país não fique para trás.
ET/JMV
Inforpress/Fim
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